Esta terça-feira, 14, em que centenas de milhares de manifestantes em Washington DC (foto, à d.ta) assinalam o seu apoio ao governo do Estado de Israel inflexível perante os apelos ao cessar-fogo, diversos edifícios do governo de Gaza estão sob o controlo das forças de defesa israelitas.
Para o ministro da Defesa do Estado de Israel, Yoav Gallant (foto inserida) este é um passo decisivo para libertar os reféns na faixa de Gaza , tal como o primeiro-ministro Netanyahu — apoiado por Biden (foto) — traçou apesar da pressão internacional para o cessar-fogo sobre o enclave palestino de Gaza, onde mais de dez mil pessoas, entre as quais mais de quatro mil crianças morreram. Netanyahu impõe a libertação dos reféns como a condição necessária para o cessar-fogo.
"Cessar-fogo só com libertação dos reféns".
Desde 7 de outubro, o chefe do governo do Estado de Israel tem vindo a afirmar em comunicados, primeiro na americana ABC News e gravados na base aérea de emissora CBS perto de Telavive, que haverá "cessar-fogo só com libertação dos reféns".
O primeiro-ministro repetiu-o a partir de Jerusalém para a CBS News, emissora televisiva dos EUA, e repetiu-o nas instalações do IDF, as Forças Armadas de Israel, no trigésimo-primeiro dia da invasão do Hamas a Telavive, com reféns.
Dias antes, no vigésimo-oitavo dia do conflito que para Netanyahu é "a 2ª guerra da independência do Estado de Israel", contavam-se mais de dez milhares de vítimas palestinas, mais de quatro mil são crianças, milhares de toneladas de explosivos aéreos e tanques entrados no norte de Gaza — e na iminência do Irão entrar na guerra — a marcar uma nova fase.
Entretanto em Nova Iorque o embaixador colocava uma estrela-amarela ao peito, símbolo do holocausto, e declarava que só a retiraria quando a AG onusiana condenar o Hamas e os reféns forem todos libertados — como o ministro da Defesa Yoav Gallant prometeu, tarefa difícil nos vastos e profundos quilómetros de túneis construídos em Gaza.
Catástrofe humanitária
Esta quinta-feira 14, Guterres, o secretário-geral da ONu voltou a fazer um apelo desesperado perante a catástrofe humanitária que atingiu níveis sem precedentes.
É mais um apelo na mesma linha do dia 2 corrente em que ficou expresso que "d]ado o elevado número de vítimas civis e a escala de destruição na sequência dos ataques aéreos israelitas ao campo de refugiados de Jabalia, estamos seriamente preocupados com o facto de se tratar de ataques desproporcionados que podem constituir crimes de guerra", escreveu o Alto-Comissariado numa mensagem na rede social X (ex-Twitter).
Conselho de Segurança. A situação em Gaza está num impasse depois que, na segunda-feira 31, o Conselho de Segurança rejeitou o cessar-fogo e a ajuda humanitária que a Rússia propôs. Os outros quatro membros do seleto CS-ONU justificam o indeferimento, pelo facto de que "a proposta não menciona a condenação dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas".
O grupo islamista radical, por seu turno, reiterou, esta quinta-feira, que todos os seus atos deste 07 de outubro são "de legítima defesa, perante Israel que quer eliminar o povo da Palestina da face da Terra".
Acusações mútuas de Israel e Palestina — Biden alinha com Netanyahu
O presidente americano abraçava o primeiro-ministro israelita no décimo-terceiro dia da humilhação que o Hamas infligiu ao Estado de Israel e segundo dia após o duplo bombardeamento em Gaza. Israel e Palestina acusam-se mutuamente dessa operação na noite de segunda-feira, 10-10 contra o hospital ’Al-Ahli Arabi’, além de uma escola onusiana, e que causou a morte de mais de quinhentas pessoas em Gaza, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, Achraf Al-Qudra.
Ao segundo dia dum dos maiores bombardeamentos de sempre sobre Gaza e décimo-terceiro da humilhação que o Hamas infligiu ao Estado de Israel liderado por Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos em Jerusalém abraça a tese do bombardeio acidental do hospital.
É um dos maiores bombardeamentos de sempre sobre Gaza e está a ser condenado pela comunidade internacional. Ora com acusações ao Estado de Israel liderado por Benjamin Netanyahu na sua cruzada expansionista para arrasar de vez a Palestina. Outros acusam o Hamas ou o Estado Islâmico "terroristas" por esses mais de quinhentos civis palestinos mortos.
Na escola onusiana instalada na faixa de Gaza, dezenas de pessoas ficaram feridas e o edifício sofreu graves danos estruturais. Desde 7 de outubro que 14 funcionários da UNRWA foram mortos e pelo menos 24 instalações da agência foram atingidas por bombardeamentos.
Reações: França, EUA, UE condenam...Colômbia pede saída de embaixador israelita
O presidente francês foi veemente na condenação do bombardeamento de civis, no principal hospital de Gaza.
A Jordânia e o líder da Palestina cancelaram o encontro agendado com o presidente norte-americano.
A Colômbia dias depois do presidente salvadorenho palestino-descendente pedir a eliminação do Hamas veio esta quarta-feira — num aparente volte-face — declarar persona non grata o embaixador israelita em Bogotá.
13 dias em Gaza que Netanyahu prometeu destruir
Num olhar retrospetivo aos treze últimos dias em Gaza, destaca-se o quarto dia em que o Exército de Israel comunicou ter contado 1500 corpos de militantes do Hamas.
Nessa terça-feira 10, Israel esteve a bombardear por via aérea várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, ripostando ao inédito ataque do feriado de sábado, 7. Desta vez, as milícias do Hamas lançaram mísseis que atingiram Telavive e outras áreas próximas à Faixa de Gaza e invadiram territórios em Israel para matar e fazer reféns. Um cenário de verdadeiro terror.
Os prédios reduzidos a pó e ruas empilhadas de entulho nas cidades e outras urbes do enclave mostraram a destruição de Gaza, como prometeu Netanyahu.
"Cerca de 1.500 corpos (de combatentes) do Hamas foram encontrados em Israel ao redor da Faixa de Gaza", disse à comunicação social o porta-voz internacional do Exército israelita, Richard Hecht.
Nesse quarto dia de hostilidades, "o exército recuperou mais ou menos o controlo da cerca na fronteira" com Gaza, "mas as infiltrações [de militantes do Hamas] ainda podem acontecer", acrescentou Hecht.
O exército "quase completou" a retirada dos habitantes das 24 localidades próximas da fronteira e congratula-se com o facto de que "desde o início da noite passada ninguém entrou" em Israel a partir de Gaza.
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Fontes: Washington Post/Times of Israel/NY Times/Le Monde/Haaretz/Le Monde/AP.... Relacionado: Israel-Palestina: Ofensiva inédita do Hamas, Biden envia ajuda militar, presidente salvadorenho palestino-descendente pede eliminação do Hamas, 09.out.023; Mohammed Beid, 09.out.023; .