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8º dia de Portugal sob cunha-pistolão: Presidente Marcelo entre "a honestidade a toda à prova" e lapsos até "contradições e jogos semânticos" 12 Novembro 2023

Em sua defesa o presidente português — evocado no milionário tratamento das gémeas (luso-)brasileiras da foto, no chamado pistolão no maior país da Lusofonia — tem respondido às perguntas dos jornalistas. Responde sobre o que se lembra e do resto ’honestamente’ diz que “isso foi há quatro anos!”. E claro, entenda-se, esqueceu-se. Mas o confronto entre o que diz agora e o que disse e ou fez (lá em 2019, no passado) mostra contradições que suscitam interrogações neste delicado momento do papel constitucional do chefe de Estado junto do chefe do governo demissionário de Portugal.

8º dia de Portugal sob cunha-pistolão: Presidente Marcelo entre

Nesta sexta-feira 10, a reportagem da SIC-CNN que denunciou o caso no dia 3 corrente regressa a confirmar a entrada do e-mail enviado ao neuropediatra e a carta enviada à Casa Civil.

A reportagem aponta "as contradições de Marcelo" no caso das gémeas brasileiras (foto) cuja mãe falou da cunha-pistolão a que recorreu junto da nora sua vizinha em São Paulo — mas qual? Nuno casou duas vezes e de ambas as vezes viveu no Brasil. Portanto Diana Martins está a falar da nora ou da ex-nora?

O presidente fala em portugueses a viver no estrangeiro, mas só a posteriori esta família e ou as gémeas se tornaram portuguesa/e/s (processo de naturalização deu entrada no consulado de São Paulo uma semana depois de realizado o tratamento em Lsboa, em novembro de 2019).... São estes os jogos semânticos que permitem continuar a sustentar a honestidade do presidente português.

Lapsos de outrem também parecem salvar a face do presidente Marcelo. E que o seu chefe da Casa Civil refere que o caso, a envolver os três relatórios médicos, enviados no dia 8 de outubro de 2019, afinal passou pelo Hospital de São José e não pelo de Santa Maria. Isso será lapso e não é do presidente.

A culpa, bem que não se sabe de quem é, tanto mais que que ora se fala em dossier em São José ora em Santa Maria.

O mistério dos quatro milhões — esse o preço do medicamento mais caro do mundo, o Zolgensma administrado a duas crianças vindas expressamente para isso do Brasil para Portugal, um privilégio em que terá sido usado o nome do Presidente da República Portuguesa para que o tratamento pudesse ser realizado no Hospital de Santa Maria — passou sem deixar rasto entre Belém e São Bento e sem deixar rasto foi além.

Especialistas em corrupção dizem:

"Enquanto não se souber quem efetivamente meteu a cunha, o Presidente tem de continuar a tomar as decisões que lhe competem. Lembro que já passou por casos muito semelhantes a este, como é o caso de Tancos. Neste momento, não tem nada, nem formal nem substantivamente, que lhe tire a legitimidade para tomar decisões”. Palavras de Paulo Morais, presidente da associação Frente Cívica, um think-tanker de combate à corrupção.

Paulo Morais considera que, “apesar de tudo”, as situações que envolvem Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa “são diferentes”. No caso do primeiro-ministro, há a detenção do chefe de gabinete por suspeitas de envolvimento num caso de corrupção: “Se se verificar que houve efetivamente cunha e que quem meteu a cunha foi, por exemplo, o chefe da casa civil ou um assessor, o Presidente terá de fazer o mesmo que fez António Costa e apresentar a demissão”.

“Ele é responsável por tudo o que faz o chefe da Casa Civil. São pessoas que falam em nome dele. Uma coisa é uma secretária ou um adjunto qualquer. Outra coisa é um chefe de gabinete”, lembra o, sublinhando que, “primeiro, há que ver se houve cunha ou não” e se se confirmar que houve “e tiver sido de alguém próximo do presidente, ele terá de tirar as suas ilações”.

Por isso mesmo, acrescenta, Marcelo Rebelo de Sousa "tem de continuar a fazer aquilo que são as suas funções, independentemente do contexto ser-lhe ou não favorável”. “Assim como o primeiro-ministro também não pode simplesmente parar, apesar de ter apresentado a demissão. Se houver expediente que tenha de ser resolvido, ele tem de o resolver. As instituições não podem deixar de exercer as suas funções”, considerou em declarações á imprensa na quinta-feira 9.

“As pessoas até podem achar que, moralmente, ele tomar uma decisão sobre o futuro de um primeiro-ministro, nestas circunstâncias. Mas a verdade é que ele tem de, institucionalmente, dar seguimento aos procedimentos nestas situações, porque o país não pode ficar sem Governo”, sublinhou.

Fontes: TVI-CNN/... Relacionado: Presidente de Portugal nega ’cunha’, mas mãe das gémeas luso-brasileiras tratadas com Zolgensma dose única 2 ME admitiu "pistolão" via nora de Marcelo, 06.nov.023.

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