Nos abismos sombrios da história, envoltos em véus de mistério e transcendência, desvendamos a enigmática origem da Maçonaria, uma fraternidade secreta que, ao longo dos séculos, lançou as sementes da intriga sobre a Terra.
Dois rios ancestrais entrelaçam-se como fios temporais, traçando as estradas da sua existência. O primeiro, desafiando até mesmo os albores dos dilúvios e das catástrofes, emerge das páginas místicas do livro "MORAL E DOGMA", escrito pelo sábio e supremo expoente de 32 graus, ALBERT PIKE. Neste relato, somos transportados ao ano 3809 A.C., quando ENOCH, filho de CAIN, lançou os alicerces do calendário maçônico. Porém, é imperativo discernir que este ENOCH não se confunde com aquele da linhagem de Seth, leal a Jeová, o Deus da Bíblia. Este Enoch, filho de CAIN, foi um dos primeiros a compartilhar conhecimentos ocultos e segredos que se entrelaçaram nas profundezas da Maçonaria.
A segunda fonte, acolhida por Arthur Edward Waite em sua profana obra "THE NEW ENCYCLOPEDIA OF FREEMASONARY", narra que a Maçonaria, ou pelo menos suas origens e símbolos, ressurgiram das profundezas após o ímpeto do dilúvio. Neste relato, surge a figura central, NIMROID, descendente de CAIN e bisneto de ENOCH filho de CAIN, um tirano babilônico que audaciosamente ergueu a grandiosa Torre de Babel. Sob o manto da segurança, NIMROID proclamou que essa torre protegeria seu povo de um segundo dilúvio, enviado por Jeová. Mais audaciosamente ainda, ele almejava, através da torre, "desafiar" o próprio Deus, buscando vingança pelo dilúvio que havia afogado seus antepassados.
Assim, a Torre de Babel se eleva como o primeiro grande símbolo maçônico na Terra, onde a busca pelo conhecimento entrelaça-se com a ousadia de desafiar o divino, sementes que floresceriam nas tradições maçônicas por vir.
No entanto, a Maçonaria permanece nas sombras, suas raízes estendendo-se como as raízes de uma árvore retorcida, enigmática e frequentemente incompreendida. Enquanto proclama valores de filantropia, ética e moral, ecoando enigmas profundos, há aqueles que a veem como uma sombra sinistra, uma oposição a Jeová. Assim, a Maçonaria, em seu seio, sempre busca terreno fértil para conspirações obscuras e tramas diabólicas, lançando uma sombra desafiante sobre a luz. É por isso que, aos olhos dos católicos, a Maçonaria é vista com desconfiança e desagrado.
Em conclusão, o caminho que conduz à Maçonaria não está pavimentado, mas é sim uma bifurcação na jornada espiritual, onde o fiel cristão deve escolher entre a CRUZ e o COMPASSO. Pois, a fé em Cristo e o mundo Maçônico trilham caminhos distintos. A escuridão e a luz, o mistério e a revelação, o paraíso e o purgatório, o céu e o inferno, essas são as escolhas que pairam na fronteira da Maçonaria, onde apenas os audazes e intrigados ousam aventurar-se.
Novembro 2023, EUA
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* Escritor e poeta
Praia
