Desenterrada em 1917 pelo grupo de rapazes que se denominava “Sete Estrelo», a Festa da Bandeira de São Filipe é uma forte manifestação cultural, que oferece uma ampla variedade de atividades, que atraem os naturais do Fogo residentes nas outras ilhas e na diáspora, visitantes de outras regiões do nosso país e turistas.

Segundo vários escritos, esta festa que é tida como a maior manifestação cultural de Cabo Verde, é uma oportunidade para se celebrar a cultura, a tradição e a religião e para se promover a união social e o próprio desenvolvimento económico do município de São Filipe e da ilha do Fogo, em geral.

A fazer fé no programa elaborado, a edição 2023 da Festa do Dia do Município e da Bandeira de São Filipe homenageia a diáspora foguense espalhada pelos quatro cantos do mundo. Tudo com o propósito de reconhecer o importante contributo que os emigrantes têm dado e continuam a dar em prol do desenvolvimento do município, da ilha e do país.

Como manda a tradição, as festividades da Bandeira de São Filipe e do Dia do Município são uma celebração anual, que ocorre durante a segunda quinzena de Abril e dura aproximadamente uma semana (25 de Abril a 1 de Maio) com várias atividades culturais, desportivas, recreativas e religiosas, numa fusão do profano com o sagrado.

Normalmente as atividades decorrem com maior intensidade a partir de 25 de abril, mas os festejos das tradicionais festas da Bandeira de São Filipe e do Dia do Município começam logo no início desse mês. Por isso, a cidade dos sobrados e Fogo, no seu todo, registam nesta ocasião uma grande movimentação de pessoas, sobretudo dos naturais da ilha do Fogo residentes nas outras ilhas e nas comunidades emigradas, com destaque para os radicados nos Estados Unidos da América.

Mas não podemos nos esquecer dos turistas, já que a festa, tendo em conta a sua duração e o número de pessoas que movimenta, é já considerada a maior de Cabo Verde, vem sendo internacionalizada ao longo de anos. Este ano não foge à regra e os emigrantes, os homenageados desta edição, sob o lema “Nôs imigrantes”, chegaram mais cedo para participar e celebrar o seu santo padroeiro.

Conforme vem sendo hábito, as atividades ganham maior dimensão a partir do 27 de abril, com o início do pilão para preparação do milho para o tradicional almoço de xerém no dia 1 de maio. A isso acresce-se a primeira fase das corridas de cavalo e a primeira das cinco noites de baile/festival na Praça do Presídio, que se prolongam até 1 de maio, dia de Santo Filipe. É nesse dia que ocorre o ato central da festa, com missa e procissão, almoço dos cavaleiros e convidados, cavalhadas no Alto de São Pedro e passagem da bandeira para o ou os festeiros do ano seguinte.

Para os entendidos na matéria, as festas da Bandeira de São Filipe são de grande importância cultural e histórica para a ilha do Fogo e, também, para Cabo Verde. Elas incluem uma série de eventos, como desfiles de motos, competições desportivas (atletismo, ciclismo, regata de bote, corrida de cavalos, torneios de futebol, futsal, voleibol, basquetebol), concertos musicais com atuação de dezenas de artistas, missa e procissão religiosas e desfile de modelos, eventos que atraem milhares de pessoas de toda a ilha e da diáspora, já que a festa da bandeira constitui uma oportunidade para a comunidade local se unir em torno de uma celebração comum, fortalecendo os laços sociais e culturais.