«’Só recebemos cidadãos ucranianos’, foi o que me disseram». Este relato de Desmond à reportagem da BBC, edição de quinta-feira, obteve a confirmação da universidade nacional lituana de que existe um programa de admissão especial para os cidadãos ucranianos.
Decorridas seis semanas sobre a invasão russa, os países europeus de refúgio — França, Alemanha, Polónia, Portugal ... — têm acolhido os fugidos da guerra. Mas apenas os estudantes "nacionais ucranianos" são contemplados em programas de continuação de estudos em diversos níveis de ensino.
"Voltar à casa?, já não tenho lá nada"
O nigeriano Desmond Chinaza Muokwudo contou à BBC que durante onze anos — a trabalhar desde os quinze como soldador num gasoduto em Anambra, no centro da Nigéria — fez uma importante poupança para poder realizar o seu sonho de estudar na Europa.
Mas com a recessão em 2016 perdeu o emprego. Teve de recorrer aos pais para completar o dinheiro de que precisava para a universidade de Karkiv/Carcóvia. Os pais venderam as suas terras, que garantiam o sustento da família.
"O governo do meu país diz que só me resta voltar. Mas a minha família está falida e não tenho diploma", diz o ex-soldador e aos trinta anos ex-estudante universitário.
Fontes: BBC/Reuters/ . Relacionado: Estudantes africanos na Ucrânia refugiados em Paris têm futuro incerto — "Ucranianos 1º" na prestação de socorro indigna cidadãos em Cabo Verde, 17.mar.022. Fotos: Getty.