Trajados com camisa e t-shirt preto, os jornalistas, munidos de cartazes, gritavam, em uníssono, várias palavras de ordem, nomeadamente «Jornalismo não é crime», «abaixo o artigo 113.º!», do Porcesso do Código Penal. O presidente do SINDEP (Jorge Cardoso) e do SISCAP (Eliseu Tavares), que também coordena a Plataforma Sindical (uma sensibilidade da UNTCCS que reúne os 12 sindicatos nacionais mais representativos da mesma central) marcaram a presença no ato, em solidariedade com a AJOC e seus associados.
Segundo o presidente da AJOC, Geremias Furtado, começa a virar moda constituir jornalistas arguidos, algo que a AJOC não vai aceitar de forma nenhuma. “É preciso dar um basta … hoje são estes, mas amanhã poderão ser outros! Queremos com esta manifestação unir a classe em torno desta luta. Queremos mostrar também que somos uma classe profissional forte que consegue unir sempre que for necessário”, assegura este dirigente, que cita o comunicado dos magistrados do MP que tenta mostrar que estão unidos e fortes.
O presidente da AJOC mostrou-se satisfeito com a participação dos jornalistas e dos movimentos da sociedade civil na manifestação, que serviu para manifestar a insatisfação da classe perante tais situações.
“A participação dos jornalistas foi muito boa, uma vez que conseguimos corresponder ás expetativas e por acaso veio até mais pessoal do que estávamos à espera. Além dos jornalistas apareceram também pessoas da sociedade civil que querem ver uma imprensa livre em Cabo Verde”, referiu.
Questionado sobre o envolvimento de movimentos cívicos nessa manifestação, Furtado responde que isso deixa a AJOC bastante satisfeita porque conforme argumenta, isso mostra que não é só os jornalistas que estão empenhados nessa luta pela liberdade de imprensa. O mesmo acredita que se não for dado um “basta a situação” estarão a contribuir para abrir precedentes para que haja começo de perseguição para fazer calar os jornais e os jornalistas.
Depois de ter sido ouvido pela Procuradoria-Geral da República Hermínio Silves, de Santiago Magazine, declarou à imprensa que neste momento há uma tentativa de desviar o foco do que se constatou com a investigação de 2014 e que a Procuradoria-Geral da República está “sem qualquer disfarce” tentar encontrar “a garganta funda”. No entanto, o jornalista assegurou que isso não vai abalar o desempenho da sua profissão, uma vez que adiantou não ter medo dessas ações que considera ser alegadamente semelhantes às de cariz fascista.
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