A nova desventura de Giuliani é a inadimplência — incumprimento da obrigação de pagar dívidas — protagonizada pelo seu correligionário republicano que, segundo o diário capitalino, deu ordens aos assessores para não pagar os 20 mil dólares diários que custa a defesa da tese de "fraude eleitoral"-"Pára o roubo".
A alegação de fraude eleitoral faz parte da estratégia de defesa de Donald Trump — posta em ação meses antes do dia da eleição — visando descredibilizar a votação por correspondência, que é uma prática tradicional no país e este ano atingiu níveis elevados (mais de cem milhões ) devido à pandemia em curso.
Na carta dirigida aos seus apoiantes a pedir dinheiro — "mínimo cinco dólares e máximo 2 800" — para o Fundo de Defesa da Eleição/Election Defense Fund, Trump começa por afirmar: "Os democratas tentam roubar-nos esta eleição. Nós não vamos deixar".
Para Giuliani, este é o mais recente episódio na série de infortúnios que tem protagonizado enquanto procura ajudar Trump a reverter os resultados da eleição de 3 de novembro.
O advogado foi "apanhado com as calças na mão", num episódio da série Borat em que o ex-Edil de Nova Iorque aceita ser entrevistado por uma "jornalista" de um canal "pró-republicano" numa suite de um hotel.
Um mês depois foi o episódio da tinta capilar — que, como a fabricante explicou, tem ser aplicada com tempo para poder secar (Advogado-de-Trump-soma-desventuras — Calças, tintura-capilar, 27.nov.020).
Apoiantes deram 60 milhões para pagar custas legais
Dias depois do 3 de novembro, Trump dirigiu-se aos seus apoiantes em carta a pedir dinheiro para o "Fundo de Defesa da Eleição" ("Fraude eleitoral" diz Trump que pede a apoiantes $60 milhões para pagar processos na Justiça, 07.nov.020).
Conseguido o seu objetivo de obter grandes somas de contribuintes generosos para poder pagar as onerosas custas, Trump terá começado a ponderar novo objetivo para o dinheiro: colocá-lo ao serviço da próxima eleição, em 2024.
Para Giuliani, em vez de honorários vão sobrar acusações de "iminente atividade contra a lei". A barra do tribunal de Nova Iorque espera-o para responder sobre o dinheiro russo, por exemplo, como prognostica um seu antigo subordinado no tribunal de Nova Iorque.