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Agentes de segurança alegaram risco de vida para justificar inação nos ataques em Brasília 25 Abril 2023

Agentes que faziam a segurança da sede do Governo brasileiro durante os ataques de 08 de janeiro explicaram à polícia que não agiram para deter os ‘bolsonaristas’ porque a situação apresentava risco de vida.

Agentes de segurança alegaram risco de vida para justificar inação nos ataques em Brasília

As declarações foram dadas em depoimento por nove agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à Polícia Federal brasileira, que estavam na sede do poder executivo do Governo brasileiro naquele dia, incluindo o major José Eduardo Natale, que as câmaras de segurança apanharam a distribuir garrafas de água aos invasores.

Os depoimentos, realizados no domingo, aconteceram depois da divulgação de imagens, na semana passada, que mostraram que agentes do GSI conversaram e escoltaram pacificamente os apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, que invadiram as sedes dos três poderes em Brasília para exigirem um golpe de Estado contra o Governo do atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

Estes agentes foram filmados em ações que levantaram suspeita de colaboração com os extremistas e Natale alegou à polícia que deu água aos apoiantes do ex-presidente enquanto eles cometiam crimes por se tratar de uma técnica de gestão de crises.

Após a divulgação destas imagens, o até então ministro do GSI, general Marcos Edson Gonçalves Dias, apresentou a demissão.

Os militares que testemunharam as invasões sustentam em depoimento que os assaltantes eram muitos, enquanto o número de agentes era insuficiente.

Entretanto, este fim de semana, os meios de comunicação brasileiros revelaram novas imagens do que aconteceu naquele dia, indicando a passividade com que terão agido os agentes, mostrando alguns até a ajudarem os ‘bolsonaristas’, e que não impediram a depredação do património público.

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram em o8 de janeiro as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios para exigirem a queda do novo Governo.

Após os atos de vandalismo, o Supremo Tribunal Federal (STF) afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que já reassumiu o cargo, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres, que está preso, terão atuado com negligência e omissão.

A justiça brasileira também investiga Jair Bolsonaro para esclarecer se teve participação na instigação dos atos, e também estão a ser investigados funcionários públicos e outras autoridades suspeitas de omissão ou de facilitação dos ataques.
A Semana com Lusa

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