As declarações foram dadas em depoimento por nove agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à Polícia Federal brasileira, que estavam na sede do poder executivo do Governo brasileiro naquele dia, incluindo o major José Eduardo Natale, que as câmaras de segurança apanharam a distribuir garrafas de água aos invasores.
Os depoimentos, realizados no domingo, aconteceram depois da divulgação de imagens, na semana passada, que mostraram que agentes do GSI conversaram e escoltaram pacificamente os apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, que invadiram as sedes dos três poderes em Brasília para exigirem um golpe de Estado contra o Governo do atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Estes agentes foram filmados em ações que levantaram suspeita de colaboração com os extremistas e Natale alegou à polícia que deu água aos apoiantes do ex-presidente enquanto eles cometiam crimes por se tratar de uma técnica de gestão de crises.
Após a divulgação destas imagens, o até então ministro do GSI, general Marcos Edson Gonçalves Dias, apresentou a demissão.
Os militares que testemunharam as invasões sustentam em depoimento que os assaltantes eram muitos, enquanto o número de agentes era insuficiente.
Entretanto, este fim de semana, os meios de comunicação brasileiros revelaram novas imagens do que aconteceu naquele dia, indicando a passividade com que terão agido os agentes, mostrando alguns até a ajudarem os ‘bolsonaristas’, e que não impediram a depredação do património público.
Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram em o8 de janeiro as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios para exigirem a queda do novo Governo.
Após os atos de vandalismo, o Supremo Tribunal Federal (STF) afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que já reassumiu o cargo, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres, que está preso, terão atuado com negligência e omissão.
A justiça brasileira também investiga Jair Bolsonaro para esclarecer se teve participação na instigação dos atos, e também estão a ser investigados funcionários públicos e outras autoridades suspeitas de omissão ou de facilitação dos ataques.
A Semana com Lusa