A informação foi avançada à Inforpress pela directora para o desenvolvimento de fundos e comunicação, Indira Mascarenhas, indicando que para aumentar a sua contribuição interna as Aldeias SOS vão ter de contar com o apoio do Governo e das empresas nacionais e privadas.
“A nossa organização, em 2026, vai receber da Aldeia SOS Internacional 65% das suas necessidades, tendo de contribuir para sua funcionalidade com 35% do seu orçamento. Para isso, temos de procurar mais padrinhos e contar com apoio do Governo e empresas para fazer funcionar as actividades programadas”, ressaltou.
Para conseguir este orçamento, Indira Mascarenhas afirmou que a organização pretende envolver mais os parceiros nacionais que têm contribuído com géneros alimentares e valores monetários para ajudar as casas familiares e que são canalizados para rubricas saúde, formação e outras.
Informou ainda que as Aldeias SOS têm a funcionar, em Mindelo, um ATL (Actividade de Tempo Livre) com subsídio do Ministério da Família e Inclusão Social além de financiamento recebido para ajudar as crianças encaminhadas ao Centro de Acolhimento.
“Tem sido um ‘djunta mon’ (‘união’) gratificante, mas que tem revelado insuficiente perante o cenário em que nos encontramos já que, a nível nacional, não temos conseguido verba suficiente para cobrir o apoio que vinha do exterior”, explicou, apelando a mais apadrinhamento das crianças Aldeias SOS para que os projectos desenhados não fiquem na gaveta.
Questionada se a organização tem sofrido, num momento de problemas económicos a nível mundial, com diminuição de apadrinhamentos, Indira Mascarenhas sublinhou que a este nível a situação tem estado estabilizada, adiantando por outro lado que durante o período da pandemia de covid-19 tiveram mais baixa.
Frisou ainda que para aumentar a verba e poder cumprir com o estabelecido em 2026 a Aldeias SOS Cabo Verde tem estado na rua numa campanha de angariação de padrinhos para as crianças e adolescentes apoiados pela organização.
“A nível nacional contamos com mais de 2.500 pessoas que, voluntariamente, contribuem para o bem-estar das crianças e adolescentes que a Aldeias SOS acompanha. A ajuda dos padrinhos apoia o nosso programa, uma vez que cuidamos dos nossos protegidos a longo prazo, e é canalizada para as famílias alternativas, educação, alimentação, cuidados de saúde, vestuários e outros”, revelou.
Para além destas vertentes, Indira Mascarenhas fez saber que a organização apoia a integração dos jovens na sociedade preparando-os para o mercado de trabalho, e com subsídios para formação profissional e licenciatura.
Adiantou que toda a ajuda financeira é bem-vinda e que a política da organização quanto ao apadrinhamento não é estabelecida e que as pessoas podem contribuir com o que podem a partir de 500 escudos ou géneros alimentícios.
A Aldeias Infantis SOS Cabo Verde apoia 555 crianças, sendo que destas 170 vivem nas aldeias de Assomada (Santa Catarina) e Ribeirão Chiqueiro (São Domingos) e os restantes acompanhados pelo Centro Social no Mindelo.
Em Cabo Verde a Aldeias SOS conta com uma casa na comunidade que acompanha cerca de sete crianças no Tarrafal de Santiago e em Santa Cruz.
O centro social do Mindelo é um projecto da Aldeias SOS Cabo Verde financiado pela Alemanha e acompanha os jovens sem, contudo, facultar um sítio onde dormir.
A organização, segundo informou a directora para o desenvolvimento de fundos e comunicação, pretende abranger a ilha do Fogo, mas devido a problemas de orçamento não tem conseguido atingir esta meta.
A Aldeias Infantis SOS Cabo Verde é uma organização de desenvolvimento social independente, não-governamental, sem fins políticos nem religiosos, que atua em favor das crianças desfavorecidas e suas respectivas famílias, em colaboração com comunidades, parceiros e governos.
A Semana com Inforpress