Philipp Fusz, de 35 anos, aproximou-se da entrada do Salão do Reino de Testemunhas de Jeová, na segunda maior cidade alemã, Hamburgo, e atirou primeiro sobre uma mulher (que estava dentro duma viatura e escapou ilesa). Depois disparou contra os vidros para entrar no edifício de três pisos onde estavam trinta e seis pessoas em oração, com transmissão online.
O tiroteio causou a morte de sete pessoas — o nascituro e seis adultos, quatro homens e duas mulheres com idades entre os 33 e os 60 anos — e levou à hospitalização de nove, "dois irmãos e sete irmãs", quatro delas em estado crítico segundo o site JW.org.
A polícia chegou ao local em poucos minutos. "A rápida intervenção da polícia evitou que houvesse mais mortes no local" onde estavam umas sessenta pessoas nessa noite, lembrou o burgomestre de Hamburgo, Peter Tschentscher.
Segundo a polícia que "se encontrava por perto" e entrou no local menos de 15 minutos depois do início dos disparos, no rés-do-chão do edifício, o atirador, Philipp Fusz, de 35 anos suicidou-se no primeiro andar do edifício.
Pessoas no local falaram à imprensa que ouviram "pelo menos doze tiros" disparados nesse centro de Testemunhas de Jeová, no bairro de Alsterdorf na cidade portuária de Hamburgo. A polícia na manhã seguinte referiu ter contado "um total de cem disparos da arma semiautomática". O número foi atualizado horas depois, nesse mesmo dia 10, para 135 tiros disparados.
A congregação é uma das 64 existentes na cidade de Hamburgo. A Alemanha conta mais de 170 mil membros de Testemunhas de Jeová, religião cristã fundada nos Estados Unidos no século XIX.
Atirador fora advertido pela polícia
A investigação em curso já apurou que "o suspeito fora abordado "há alguns dias pela polícia. Mas tinha "em ordem" toda a papelada que o certificava como "atirador desportivo" e "a licença de porte de arma estava de acordo com a lei".
Segundo a polícia, Philipp Fusz comprara a arma em dezembro, legalmente. Em fevereiro, uma denúncia anónima — de que ele estaria com problemas psicológicos e logo não deveria ter uma arma consigo — levou a polícia a visitá-lo.
Apesar de constatarem que "ele estava zangado com as Testemunhas de Jeová", grupo de que fora membro até 2021, a polícia não lhe apreendeu a potente pistola semiautomática.
Prometia fazer milionários
Mais de três semanas depois da fatídica noite de quinta-feira, 09-3, está mais preciso o retrato do suspeito do massacre seguido de suicídio. Philipp Fusz foi educado na religião dominante no país, numa família protestante. Mais tarde, já na juventude de Philipp tornaram-se membros das Testemunhas de Jeová.
Segundo o online Der Spiegel, o homem de 35 anos "apresenta-se no seu website como consultor de negócios. Em troca de serviços que atingiriam os 250 mil euros (c.27,5 milhões CVE), mais 19 por cento de IVA, garantia ao cliente pelo menos 2,5 milhões de euros (c.275 milhões CVE).
Esta informação foi repetida ao online Augsburger Allgemeine por um "parente próximo" de Philipp Fusz. "Considerava-se um teólogo", mas a sua formação era em finanças e gestão. "Estava realmente doente psíquico".
"Eu e toda a família vimos que ele não estava bem e dissemos-lhe para procurar ajuda". Isso não aconteceu, pelo contrário exacerbou a ideia de perseguição de Philipp que "passou a recusar qualquer contacto com quem lhe dizia para procurar ajuda médica".
Fontes: DW.de/Spiegel/ BBC/Telegraph.co.uk/... Relacionado: Alemanha: 11 mortos, um ataque ’terrorista’ a 2 bares de ’shisha’, atirador suicida-se após matar a mãe — Merkel faz apelo à paz contra ’veneno’ da xenofobia, 21.fev.020.