Dezoito mil a vinte e cinco mil ambientalistas na Alemanha perturbaram no sábado, 14, a exposição anual da IIAA em Frankfurt, enquanto os congéneres no Reino Unido lançaram, na véspera, drones para perturbar os voos do maior aeroporto europeu, Heathrow em Londres, e enquanto nos Estados Unidos a “Sexta-Feira pelo Futuro” (Fridays for the Future) pela sueca Greta Thunberg reunia frente à Casa Branca algumas centenas de adolescentes que gritavam slogans contra a política inimiga do planeta.
A “Greve Global pelo Clima” agendada para as duas próximas sextas-feiras está a mostrar que o poder dos ambientalistas pode ser uma janela de oportunidade para as empresas. É o caso da operadora de autocarros alemã Flibus que está a oferecer bilhetes grátis a quem for protestar num dos dois mil eventos programados a nível global — para ser mais exato: lá onde a rede de autocarros chegar.
A Flibus afirma-se eco-responsável e determinada a chegar a zero-carbono em 2030. Para tal, já abraçou a agenda ambientalista nos 26 países europeus onde opera e procura agora, no seu plano de internacionalização, promover-se com a oferta de viagens reembolsáveis a quem participar nos protestos da “Greve Global pelo Clima”.
O seu site indica que ao cliente basta uma selfie a provar que nos dias 20 e 27 próximos esteve lá, num dos dois mil locais de protestos a nível global, para ser reembolsado integralmente do custo do bilhete Flibus.
Automóveis poluentes
Os largos milhares de ambientalistas (foto) que no sábado perturbaram a maior exposição automóvel alemã – porque "mais de três-quartos dos 50 novos carros continuam a ser movidos a gasolina e gasóleo" — criticaram como “insuficiente” e “pouco concreta” a recomendação aos produtores de automóveis que a chanceler Angela Merkel fez na antevéspera.
A chefe do executivo, presente em Frankfurt para abrir a exposição na quinta-feira, tinha convidado a indústria a ser mais responsável na redução das emissões de carbono.
É pouco, dizem os ambientalistas esgrimindo um recente relatório a mostrar que "as três maiores marcas alemãs, VW, Daimler e BMW, produzem, por ano, mais dióxido de carbono (C02) que o conjunto do país" de 70 e tal milhões de habitantes no mesmo período. Fontes: DW/BBC/Washington Post/Sites