LUSOFONIA

A SEMANA : Primeiro diário caboverdiano em linha

Aluna moçambicana cria sensor para travar assaltos nas casas da comunidade 08 Agosto 2023

Gisela Chimoio, aluna de 16 anos de uma escola da cidade da Beira, centro de Moçambique, cansou-se de ver assaltos às casas dos vizinhos e criou um sensor eletrónico que agora vai instalar pela comunidade.

Aluna moçambicana cria sensor para travar assaltos nas casas da comunidade

“Têm acontecido muitos roubos. Os ladrões chegam numa residência, arrombam a porta, roubam os bens de casa, sem que as pessoas se apercebam”, explicou a aluna da Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, autora deste sensor eletrónico que alerta para movimentos estranhos nas residências da sua comunidade, o Bairro da Manga, na Beira.

Trajado com o seu uniforme escolar, ladeada do professor de química e responsável pela área de ciência e tecnologia naquela escola, Gisela conta que avançou com este projeto para tentar “minimizar” o problema dos assaltos.

“Funciona com a presença das pessoas. Acionam a campainha e vai tocar. O sensor do movimento monta-se na área que se quer proteger”, detalhou, acrescentando: “Então, qualquer movimento que se passar na área a campanha vai tocar e aí você pode acordar. Você pode ligar para a polícia ou intervir e não chega a acontecer este roubo”.

A direção da escola pretende apoiar na produção de mais dispositivos idênticos e planeia igualmente fazer o registo do sensor eletrónico criado pela estudante, para proteção de propriedade intelectual.

Orgulhosa, Gisela conta que levou dois dias para criar aquele aparelho, que por sinal foi o mais apreciado e solicitado na feira distrital de ciência e tecnologia, que se realizou recentemente na cidade da Beira, com projetos de alunos de escolas de toda a província de Sofala.

Admite tratar-se do primeiro projeto que passa do papel à realidade, mas espera criar outros, semelhantes, nos próximos tempos, face à procura por este sensor que funciona como alarme.

“Na feira distrital muita gente elogiou e pediu para montar, mas também para comprar”, atirou.

Com objetivo de fomentar o gosto pela ciência, as escolas têm selecionado crianças para desenvolver projetos a favor da comunidade, tal como o de Gisela, como explica o seu professor, Humberto Salingo Estevão: “O objetivo é criar para comunidade, identificar problemas e procurar soluções”.

O professor de química naquela escola assume a satisfação pela visibilidade alcançada pelo projeto de Gisela: “Sentimo-nos elogiados e satisfeitos com isto porque, na verdade, o nosso trabalho se faz sentir ao nível exterior. Então, são trabalhos que fazemos e depois tem estes resultados e isto já mostra a qualidade de ensino que nós temos ao nível interno e o esforço que nós estamos a fazer para o desenvolver”.

Também para a direção da Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, este projeto representa um exemplo do sucesso da aprendizagem.

“Sentimos que os objetivos do processo de ensino e aprendizagem estão a ser alcançados e os programas do ensino que preconiza estão a ser materializados”, afirmou João Ernesto, diretor-adjunto da escola, recordando que o programa nacional de ensino moçambicano já preconiza a criação de clubes de ciência.

“A nossa escola tem um grupo de ciências que funciona há mais de 10 anos, em que a cada ano selecionámos um grupo de melhores alunos entre meninas e rapazes para fazer parte”, explicou.

Neste clube, acrescentou, os alunos são incentivados a encontrar soluções científicas para problemas concretos, tal como aconteceu com Gisela Chimoio.

“No caso da menina, foi trazer um problema que para nós e outros parecem de difícil solução”, reconheceu o responsável.

A Semana com Lusa

Os artigos mais recentes

100% Prático

publicidade


  • Mediateca
    Cap-vert

    Uhau

    Uhau

    blogs

    publicidade

    Sondagem

    La connexion au serveur mysql a �chou�, v�rifiez que le serveur MySQL fonctionne
    Ver todas as sondagens

    Newsletter

    Copyright 2018 ASemana Online | Crédito: AK-Project