A doutora Angela Dorothea Merkel recebeu, na semana transata na capital da Costa do Marfim, o importante prémio Félix Houphouet-Boigny/UNESCO. A ex-chanceler alemã é a recipiendária da edição de 2022, como anunciado no fim do ano transato.
O anterior recipiendário foi o primeiro-ministro etíope. Abiy Ahmed em 2019. Nos dois anos seguintes não houve atribuição, devido à pandemia de Covid-19. A lista de galardoados inclui Mandela, Jimmy Carter, Shimon Peres, Arafat, a Comunidade (italiana) de Santo Egidio, o presidente senegalês Wade, o leste-timorense Xanana...
Na foto da semana passada em Yamoussoukro, a ex-chancelerina é ladeada por três figuras-chave ivoirenses: o presidente Alassane Ouattara (desde 2010-), o ex-presidente Laurent Gbagbo (2000-2010) que lidera o PPA-CI, da oposição e o ex-presidente Henri Konan Bédié(1993-99-), líder do PDCI-RDA, da oposição.
O prémio Félix Houphouët-Boigny/UNESCO foi instituído em 1989 em memória do primeiro presidente ivoirense (1960-1989).
Apanhados!
Segundo divulgado esta quarta-feira 22 pela Associated Press, o escritório de Angela Merkel confirmou que a chamada ocorreu no passado dia 12 de janeiro e o assunto discutido com a chanceler foi a Ucrânia. Após isso, foi decidido avisar o governo alemão acerca dessa chamada, "de tom e teor suspeitos".
A conversa, diz a Associated Press, contou também com o apoio de um tradutor do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.
Mais tarde, dois homens, Vladimir Kuznetsov e Alexei Stolyarov, conhecidos como Vovan e Lexus, gabaram-se no Telegram de serem os autores da "brincadeira". Os dois são responsáveis por terem "apanhado" o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente polaco Andrzej Duda e o antigo primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
Elton John e Harry, o duque de Sussex, também já foram alvos das chamadas da dupla russa.
Angela Merkel em 2015 ... mas não em 2019
2019 foi a antítese de 2015, o ano da crise de refugiados. Em 2015, o mundo viu a chancelerina enfrentar a oposição dentro e fora para acolher mais de um milhão de refugiados da Síria, Médio Oriente, Eritreia e Ásia Central.
Em 2019 , na foto documenta-se a entrada bloqueada na Grécia a milhares de refugiados, na sua maioria sírios.
A Turquia "por vingança" decidira deixá-los passar para a tão desejada rota da Europa.
A União Europeia enviou nesse 1º de março de 2019 a missão Frontex, que é a guarda das fronteiras europeias.
O arame farpado ao longo da fronteira marcava o braço de ferro entre a Turquia e a União Europeia, relativo ao papel do país euroasiático de tampão para evitar a ’invasão’ da UE por refugiados vindos da Síria, Médio Oriente e Ásia Central.
De imediato, o presidente francês Macron declarou estar solidário com a Grécia, pois "a entrada sem controlo põe em risco o próprio socorro humanitário que na Europa podemos dar".
E a chancelerina? Ao longo dos seus quatro mandatos, Angela Merkel foi recetiva aos pedidos para acolher refugiados. Mas nesse início de março, foi em vão que os sírios rejeitados na Grécia lhe dirigiram pedidos para a entrada na Alemanha — que "está a seguir a política imigratória da União Europeia", alegou a chancelerina então.
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Fontes: Le Monde/Deutsche Welle. Relacionado: UE dá 3 mil ME para blindar fronteira turco-grega e ..., 25.jun.021. Fotos (AFP): A doutora Angela Dorothea Merkel recebeu mais um prémio dos Direitos Humanos este mês. Há três anos, a crise de refugiados era tal que até a chancelerina — elogiada por acolher em 2015 mais de um milhão de refugiados da Síria, Médio Oriente, Eritreia e Ásia Central — jogou a toalha: nada pode fazer perante as diretivas emanadas de Bruxelas.