"Na nossa opinião, o banco central vai aumentar a taxa de juro de referência ainda este ano, de 17% para 20%, para controlar a inflação e manter uma taxa de juro real positiva", escrevem os analistas num comentário à mais recente decisão do Banco Nacional de Angola de manter a taxa de juro em 17%.
A decisão de manter a taxa, tomada a 14 de julho, "aumenta o risco de uma inflação acima do esperado neste segundo semestre", argumentam os analistas no comentário enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, no qual aproveitam também para rever a previsão de inflação em Angola, de 12,2% para 18,9% no final deste ano.
"A moeda nacional angolana estabilizou à volta dos 825 kwanzas por dólar nas últimas semanas e as reservas em moeda externa também melhoraram, na sequência de uma subida dos preços globais do petróleo, uma rápida e curta intervenção do banco central para suprir um défice de moeda externa e a introdução de novas regras sobre as transações em dólares pelas empresas petrolíferas e pelos bancos", salienta o departamento africano da consultora Oxford Economics.
A estabilização do kwanza segue-se a um desvalorização da moeda angolana no primeiro semestre, impulsionada pela forte descida nos últimos meses da primeira metade do ano e pelo impacto da retirada dos subsídios estatais aos combustíveis, em junho.
"O ’crash’ do kwanza durante maio e junho, em conjunto com a redução dos subsídios, deverá colocar o Índice de Preços sob pressão nos próximos meses e, em resultado, o BNA antevê agora que a inflação anual fique entre os 12 e os 14%, acima da anterior previsão de entre 9 e 11%", concluem os analistas.
A Semana com Lusa