José Maria Borges falava à imprensa à margem da cerimónia de abertura do Seminário Nacional sobre Arquivo e História, que decorreu na manhã desta sexta feira, na sala de conferências do IANCV, na Cidade da Praia.

O evento teve como objectivo colocar no mesmo espaço arquivistas e historiadores e não só, proporcionar o conhecimento mútuo da investigação em História e Arquivística, bem como, do trabalho de índole mais prática realizado neste último campo, sob a égide do IANCV, nas funções que lhe cabem de órgão regulador da política arquivística nacional.

Conforme explicou, José Maria Borges, a ideia é apresentar os trabalhos dos arquivistas e historiadores e mostrar para a sociedade como esta instituição consegue trabalhar com dois pilares uma ligada à outra.

A intenção é dar um novo passo em frente na concretização da ideia que se tomou como base dessa iniciativa, aprofundar uma relação entre historiadores e arquivos e incorporar os ganhos entretanto acumulados por cada um dos campos disciplinares.

A nível da plataforma digital denominada “difusão e acesso à informação” que permite às pessoas acederem ao arquivo e divulgar as informações que estejam tratadas e organizadas de uma forma online para que todos possam consultar e ter acesso em qualquer parte essa documentação, a mesma fonte assegurou que “já estão a trabalhar” neste aspecto, apesar de ser um procedimento “lento”.

“Já estamos a entrar no mundo digital, e vai ser apresentada para as pessoas perceberem como funciona essa plataforma”, adiantou, afirmando que nem todos os documentos já estão digitalizados”. Considerou ainda que é um processo “contínuo e longo”, mas que já iniciaram o processo de digitalização e que até o final do ano terão a maior parte destes documentos digitalizados.

Com isto, adiantou ainda que na quinta-feira, 26, o instituto vai fazer a apresentação desta plataforma digital, bem como, a pós-candidatura da documentação que representa a escravatura, para as pessoas conhecerem melhor como funciona a plataforma.

Por outro lado, afirmou também que o projecto resgate de documentação histórica que permite reactivar os trabalhos técnicos de minúcia de organização, digitalização e catalogação de um espólio documental histórico referente a Cabo Verde, entre os séculos XVI e XIX, já está na sua fase final e que essa documentação vai ser trazida para Cabo Verde, em breve, e será também disponibilizada nesta plataforma, no âmbito do protocolo de cooperação assinado entre o Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa-Camões e o IANCV, em Novembro de 2019.

Neste sentido, acrescentou igualmente que o processo de digitalização é um trabalho “muito moroso e sensível” que requer muito cuidado, acreditando que no período de cinco a seis anos pode estar totalmente concluída.

Recordou, este responsável, que o IANCV contém cerca de “8 mil metros lineares de documentos” para serem digitalizados que irão passar primeiro por um processo de tratamento antes de serem colocados no outro formato.

De referir que o seminário teve sessões de apresentação dos resultados dos trabalhos de investigação que foram tratados e organizados pelos arquivistas e historiadores, bem como a prática em arquivos e as novas perspectivas do instituto no universo digital, na descrição e difusão dos seus acervos.

A Semana com Inforpress