O enteado do paciente nonagenário foi quem, na quinta-feira, 7, recorreu ao tribunal a pedir que a clínica onde o padrasto estava hospitalizado, a Otamendi y Miroli de Buenos Aires, fosse obrigada a administrar a controversa substância tal como o médico do paciente receitara.
O juiz deferiu o pedido, que alegava que a mãe do requerente e esposa do hospitalizado falecera de Covid-19 na véspera porque a clínica não aceitara administrar-lhe o dióxido de cloro.
Em vão a clínica contestou a decisão do juiz. Teve de se submeter à dcisão judicial, mas sob protesto e afirmou que não podia ser responsabilizado pelas consequências.
O homem de 92 anos, gravemente doente, morreu na segunda-feira, 11. O caso, que a classe médica classifica como "um escândalo", está a agitar a sociedade argentina.
Autoridades de Saúde não aconselham
Segundo o que a BBC tem vindo a publicar desde 2015, nenhum sistema de Saúde, nenhuma agência do medicamento, recomendam o uso do dióxido de cloro no ser humano. Trata-se de substância aprovada apenas para a sanitização de superfícies.
MMS da Igreja Génesis II de Cura e Saúde
O dióxido de cloro começou a ser invocado como o remédio para todos os males, o MMS-Solução Mineral Miraculosa do século XXI, no livro do estado-unidense James Humble, que fundou a Igreja Génesis II de Cura e Saúde.
Presente em quatro continentes — EUA, Chile, Equador, África do Sul e Nova Zelândia —, a igreja tem a sua atual sede na República Dominicana e sucursais na Colômbia e Chile.
Fontes: El Clarín/Mundo.ar/BBC. Foto: Para os seus promotores online, o dióxido de cloro é o remédio para todos os males. Sob a marca MMS-Solução Mineral Miraculosa do século XXI, começou a ser invocado em 2006 no livro do estado-unidense James Humble, que fundou a Igreja Génesis II de Cura e Saúde.