A cerimónia de atribuição do doutoramento honoris causa’ ao artista plástico e ativista chinês dissidente Ai Weiwei, radicado em Portugal, foi noticiada no site da universidade de Évora e retomada por outros órgãos.
Ai Weiwei, nascido em Pequim há 65 anos e deportado bebé para o extremo norte chinês, é artista ativista movido por várias correntes: bebe em tradições artísticas da China mas também na vanguarda ocidental e toma lições da história da arte de várias proveniências, como na sua representação Azulejos Odisseia (foto) em que foca a arte portuguesa na odisseia humana.
A sua obra de décadas — muito marcada pelas circunstâncias da sua vida — é classificada como conceptual e abrange as mais diversas modalidades das artes plásticas: pintura, desenho, escultura — e experimentações com diversos materiais, da tela e seda ao bambu, das lanternas de papel à pedra e metais.
A sua arte torna-se assim meio/veículo para produzir uma funda crítica aos poderes instalados de oriente a ocidente, da política à economia nos seus "tortos" (ver legendas das fotos selecionadas abaixo).
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