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Artistas presentes no KJF 2023: Obras e percurso 09 Abril 2023

Pelo menos 10 artistas de renome nacoinal e mundial de oito paises vão participar na 12ª edição do Kriol Jazz Festival, que decorrerá de 13 a 15 de abril, na cidade da Praia. Conheca as obras e o percurso de cada um a seguir (ver nas fotos de destaque e em rodapé desta peça).

Artistas presentes no KJF 2023: Obras e percurso

Orquestra Baobab (Senegal)

Dakar 1970 – Nascia a que viria a ser uma das mais importantes bandas africanas e da rota da música mundial – A Orquestra Baobab

Misto de culturas, como consequência das nacionalidades e origens dos seus músicos, assim foi também a sua música, carregada de influências várias. As raízes da música do Senegal foram permeáveis a sons sempre coerentes com seus ideais musicais: musicalidades griots, sonoridades da Guiné-Bissau, o som cubano ou o Highlife. Mantendo-se sempre fiéis à matriz original do som de origem, atravessaram décadas com paragens e recomeços, mas sempre com a contemporaneidade necessária para serem atuais, próprios e arrebatadores.

A música dos Baobab nasce de uma forte percussão e da dança das guitarras, comandados por Attiso, chefe de orquestra, fundador da banda e um dos mais respeitados guitarristas africanos, a que juntam ainda a defesa marcada de um ideal pan-africanista que os tornou música-conceito de um ontem-hoje.

Pamela Badjogo (Gabão)

Se imaginarmos sonoridade híbrida e inovadora, global, mas com bases assentes no continente africano teremos o universo de Pamela Badjogo (Gabão), uma das representantes de uma geração que dança o mundo com o ritmo que trazem no seu interior, o da música africana.

Como back vocal de nomes maiores da música africana - como Salif Keita ou Oumou Sangaré -, foi acumulando experiência e mesclando as suas cores musicais, até nascer “Mes Couleurs”, que a atirou para os palcos do mundo.

Mistura o soul e a música do continente africano, com destaque para as sonoridades da música “Bantu”, em que o cantar é tão orgânico que está relacionado com a própria linguagem falada.

A sua voz doce, envolve e chega-nos naturalmente num tom muito constante, num quase Afro-Pop com influências necessariamente suaves da música eletrónica, que nos faz dançar sem querer.

Junto com a sua música promove a defesa da causa feminista, sendo a porta-voz do poderoso coletivo “Les Amazones d’Afrique”, grupo de mulheres que usam o seu prestigio artístico em prol da defesa de causas de empoderamento feminino.

Tcheka (Cabo Verde)

Tcheka é provavelmente um dos nomes mais originais da música de Cabo Verde.

Instrumentalmente consegue retirar a sua marca maior - das cordas de um violão – e preciosa percussividade, que se baseia no geral em sonoridades da ilha de Santiago e em particular no batuku, na tabanka, nos grandes cantautores africanos e em muito soul e improvisos que roçam o jazz. Na voz vai buscar cantos e cânticos, lamentos e alegria, celebrar e chorar em letras que nos passam imagens. Cantor de emoções, tem a sua força maior no palco, que ele próprio constrói, para partilha e emoção rara na música das ilhas e do seu mar. Regressa ao nosso palco depois de alguma ausência e por tal será certamente muito esperado neste KJF, onde vai reunir um grupo de músicos da escola do jazz francês e cubano como banda suporte.

Roosevelt Collier (EUA)

A maior definição de Roosevelt Collier (EUA) foi dada pela “Mojo Magazine”, quando disse que é o passado, o presente e a inspiração para o futuro do Pedal Steel Guitar, tipo de guitarra elétrica que usa um bastão de metal sobre as cordas em vez da pressão dos dedos.

As sonoridades das cordas de aço dão à sua música o sabor do country americano. A presença da igreja, que frequentou quando criança, molda a sua musicalidade, puxando-a para as sonoridades gospel. É só acrescentar fortes doses de blues e de um funky indomável e temos um mundo que traduz através dos sons das cordas de aço.

Roosevelt “The Dr.” Collier faz o delírio de qualquer plateia ao conquistá-la através da música-energia.

Luedji Luna (Brasil)

Estará também entre nós a cantora do amor e das mudanças.

Cantora e compositora, Luedji Luna ( Luedji Gomes Santa Rita ) nasceu em Salvador da Bahia, Brasil. Em casa ouviu muita música dos discos do pai, que era um militante da causa negra, o que faz com que traga consigo a essência da luta por causas, que mais tarde vira a estar bem presente na sua vida pessoal e artística. É hoje voz ativa na luta pelo lugar da mulher negra na sociedade, no amor, em diferentes espaços, racial e feminista.

Entretanto, a música não a largava e, assim, lança o seu primeiro álbum, Um Corpo no Mundo, que desperta atenções. Três anos depois surgiu o segundo álbum - “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água", que se tornou referência musical no Brasil. Mistura de sonoridades, resultantes do que ela chama de “encontro de vida” com músicos do Quénia, de Cuba e do Brasil, a sua música é deliciosamente marcada pela percussão afro-brasileira, e pelos picotados da guitarra sob o fundo de um teclado que nos traz ambientes do soul, do R&B,à moda dos novos palcos-conceito Colors e o Tiny Desk com Afropunk.

BAMBA WASSOULOU GROOVE (MALI)

Os BAMBA WASSOULOU GROOVE foram fundados pelo antigo percussionista dos Super Djata Band, do Mali, nos anos 1980, Bamba Dembélé, uma referência africana de então, que trouxe da antiga banda toda a energia que sobretudo se assenta em explosivas guitarras, ora enfurecidas por sonoridades rock ou funk, ou entrelaçadas entre elas, que levam ao embalo hipnótico típico da música do Mali.

Às sonoridades criadas pelas guitarras juntam-se as marcações rudes, porém preciosamente ritmadas, da bateria e a voz original de Ousmane Diakité, que se impõe pela presença e capacidade de nos fazer saltar ou nos embala de forma hipnótica, mas que nunca nos deixa parados, por entre a musicalidade e a febre da sonoridade Bambara, etnia do oeste do continente africano, sobretudo do Mali.

Lucibela (Cabo Verde)

Voz de timbre envolvente em palco, que facilmente se estende para a plateia, fazendo com que tudo seja um momento.

Lucibela (Cabo Verde) canta cada momento com intensidade, tanto numa morna como na coladeira, ou ainda quando embalada pela sonoridade do bolero cubano. Com o seu delicado bailar, traduz sempre o que canta e assim convida o público a interagir com ela, de forma natural.

Tem uma requintada escolha de compositores, que começou no primeiro álbum - “Laço Umbilical” - e continuou no “Amdjer”, onde também introduziu compositores mais jovens e se estreou como compositora, com dois temas da sua autoria.
Voz, palco e brisa – Ambientes propícios para noites KJF.

Dee Dee Bridgewater (EUA)

O mundo em Cabo Verde. O KJF 2023 recebe uma das mais conceituadas vozes femininas do jazz atual – Dee Dee Bridgewater (EUA).

Ainda criança apaixonou-se pelo trompete do pai e… tudo nasceu a partir daí. Depois de atuações e academia, abraçou definitivamente a que viria a ser a sua vida – o jazz.

Tem uma voz rara, de versatilidade marcada, o que lhe permitiu ter explorado os mais variados territórios musicais (soul /Funky ao R&B, musicais de teatro), mas teve sempre no jazz sua paixão maior.

Ao longo da carreira editou inúmeros discos de tributo aos mestres como forma de agradecimento musical a todos os que foram construindo o seu “repertório-interior”: Horace Silver, Duke Ellington e, mais tarde, as duas maiores divas do jazz, Ella Fitzgerald e Billie Holiday. Também homenageou as cidades onde foi feliz: Paris, New Orleans e Memphis/ Tennessee, esta última onde nasceu, e o Mali, onde já gravou com músicos locais.

Dee Dee é a busca incessante de vários universos musicais, que traduzem suas paixões, usando a música, não só para transmiti-las como também para expressar gratidão. É alma, paixão, curiosidade e gratidão em voz nos pódios mundiais.

Asa (Nigéria)

Música resultante da variedade de sonoridades que foi ouvindo e vivendo, desde a influência que encontrou em casa até aos países por onde foi passando, mas sem perder o sabor das raízes. É claramente Asa (lê-se Asha), que significa falcão, na língua ioruba.

Asa tem raízes na Nigéria e ramificações pelo mundo. Amalgama pura e fresca de muito soul, com claras inspirações no Soul-Motown, o R&B, o reggae, o Pop e muita raiz africana, onde o afro-beat é evidente, num tom envolvente de muita vibração e fresca energia. Recorre à instrumentação orgânica, que combina com a sua expressiva voz, passeia entre letras que contam, protestam, celebram, mas sempre embrulhadas em positividade. Entreguemo-nos à voz, música e ambientes cativantes, coloridos e festivos de Asa.

Contagiantes e próprios para nos deixar levar nas mágicas noites do KJF.

Doctor Prats (Espanha)

Nasceram na Catalunha (Espanha) e são conhecidos por seu ritmo e estilo pessoal, construído por uma mistura musical de sonoridades festivas, que se baseiam obviamente no universo catalão, no reggae, no Rub a Dub, e no Pop. Ritmos assentes num sopro percussivo, em alegres marcações da bateria e vivos teclados. A linguagem é jovem e de diversão. Trazem imensa cor às suas atuações e sabem a festa, alegria e riso.

O interessante é que começaram com o intuito de ser um grupo virtual e acabaram com digressões a países como França, Japão entre outros. Este ano estarão connosco no KJF.

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