O texano Guy Wesley Reffitt (fotos), de 49 anos, foi condenado entre outros crimes pelo assalto armado ao Capitólio, no que é tido como uma vitória histórica do sistema jurídico federal.
Em 6 de janeiro de 2021, Reffitt e correligionários da milícia 3% Texanos(fotos), chegaram ao local dos eventos numa carrinha (onde ele acabou por deixar a espingarda de longo alcance).
O tribunal de júri, reunido ontem para a última sessão de mais de três horas, condenou o Reffitt também por obstrução à sessão do Congresso que ia certificar o resultado do Colégio Eleitoral, interferência com o trabalho da polícia de guarda ao edifício e ainda de ameças aos próprios filhos, dois adolescentes, para os impedir de falar com as autoridades após o ataque.
Em 8 de junho Reffitt saberá quantos anos irá ficar preso.
Mais de setecentas pessoas, simpatizantes do quadragésimo-quinto presidente dos Estados Unidos — inconformado por perder a reeleição em 3 de novembro e sucessivamente os processos em todas as instâncias até ao Supremo — foram por ele incitadas para assaltar o Congresso.
Esposa indignada, filho de 18 anos alertou FBI
No exterior do tribunal Nicole Reffitt (na foto), exprimiu que a sentença "condena todos os americanos. Agora condenam-nos pelos nossos direitos da Primeira Emenda, todos temos de nos preocupar. Este é um combate em que acabámos de entrar".
Ela acusa o governo de usar o marido para dar um exemplo. "Isto é perigoso para todo o povo americano", rematou.
Jonathan de dezanove anos(foto) contou em tribunal que há mais de um ano, dias antes da invasão, ficou alarmado perante o comportamento estranho do pai. Por isso na noite de Natal contactou o FBI, a ver o que podia ser feito antes do pior acontecer.
E aconteceu: Guy Reffitt guiou por mais de dois mil quilómetros até à capital e ia armado com uma pistola de alto calibre. O FBI, disse Jonathan, só reagiu à sua chamada após o Dia-D.
A atitude de Jonathan levou a que os pais o expulsassem de casa. A irmã dois anos mais nova, Peyton(na foto), confirmou que o pai ameaçara os dois filhos para não fizerem nada às autoridades após o 6 de janeiro, mas sobre o facto de estar na lista das testemnhas pelo governo ela disse que discorda: "Os filhos nunca devem ser usados contra os pais", rematou ela.
Fontes: CNN/Washington Post/AP/NY Times. Relacionado: 1º ano do assalto ao Capitólio incitado por Trump: "Democracia foi ameaçada", 07.jan.021; Assalto ao Capitólio nos EUA: Quem são os boys de Trump — FBI examina 25 mil soldados de guarda no dia 20, 18.jan.021; "Não há justiça", indignou-se invasor do Capitólio, EUA mantido em prisão preventiva — Famoso pelos pés sobre secretária de Pelosi, 08.mar.021; Assalto ao Capitólio: Grandes grupos financeiros dos EUA cancelam doações a partidos, 11.jan.021; EUA: 11 republicanos votaram com democratas no Congresso pela expulsão ’inédita’ de MTG por discursos de ódio, apelos à violência, incitamento à invasão ao Capitólio a 6 de janeiro, 05.fev.021; Invasão ao Capitólio dos EUA: Congressista AOC compara traumas — "Pensei que ia morrer", 03.fev.021.