Segundo explicou a presidente da Associação Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexual (LGBTI) – Praia, Sandra Tavares, a formação é destinada aos professores, estudantes, instituições governamentais, Organizações Não Governamentais (ONG) e tem por objectivo fomentar a compreensão da importância da educação e formação, para a inclusão LGTBI+ e a transformação social.

Por outro lado, pretende-se também promover o entendimento sobre o papel das famílias na sociedade, a sua importância para a inclusão e respeito à diversidade de modo a mudar a mentalidade da sociedade em geral.

“Acho que devemos começar pela educação, porque sabemos que muitos jovens da comunidade LGBTI que frequentam o ensino escolar sofrem de maus tratos, preconceito, descriminação e bullying, e com isso queremos trazer ferramentas de apoio que permitam dar respostas imediatas perante essas situações”, disse.

Sandra Tavares considerou que a sociedade cabo-verdiana está hoje muito melhor do que há cinco anos atrás, mas sublinhou que é preciso mudar ainda mais sendo que há um certo preconceito em relação à comunidade LGBTI que é vista com maus olhos.

“Estamos a trabalhar para que daqui a alguns anos a sociedade possa ver essa comunidade de uma outra forma e como ser humano “, sublinhou a presidente que afirmou que existem famílias dentro da comunidade LGBTI em que os seus direitos não são salvaguardados.

Por seu turno, a presidente da ALTIHAY Fuerteventura, Associação LGBTI+ das Canárias, Desirée Chacón destacou a importância dessa formação para a comunidade sendo que será um instrumento para que esses formandos possam servir de canal de comunicação e formação para outras pessoas.

“No ano passado fizemos uma formação em torno da saúde, mas este ano fizemos para o sector da educação para todo o corpo docente sendo que as escolas continuam sendo os espaços não seguros para as crianças, adolescentes gays e lésbicas, onde há muito preconceito, burla e, desgraçadamente, em todo o lugar do mundo há consequência é que a juventude LGBTI não finaliza os seus estudos”, apontou.

A ideia, segundo disse, é mudar o caminho e transformar a sociedade de Cabo Verde em relação ao respeito e diversidade.

“Queremos que os professores saiam daqui com conhecimentos, ferramentas e instrumentos para formar em diversidade e combater e eubolia”, sublinhou a presidente que considerou que a educação é a ferramenta de transformação social e que os professores têm um tem um papel muito importante na sociedade em geral.

A formação será desenvolvida em dois módulos, nomeadamente “A Inclusão da Diversidade Familiar e Afectiva Sexual na Educação” e a “Educação como ferramenta transformadora para a igualdade e respeito à diversidade”.

A formação conta com o apoio do Ministério da Educação, Embaixada de Espanha em Cabo Verde, a Cooperação Espanhola em Cabo Verde e a Fundação Canaria para a Acção Exterior.

A Semana com Inforpress