“O navio tem capacidade para transportar 167 contentores mais carros e outros tipos de cargas, e navega a uma velocidade de 10 nós por hora (’Nó’ é uma unidade de medida de velocidade equivalente a uma milha náutica por hora, ou seja 1,852 km/h). Dos EUA para Cabo Verde faz uma média de 12 dias de viagem, dependendo das condições climáticas. O navio tem duas gruas de 30 toneladas cada”, informou o PCA desta companhia ao ASemanaonline.

De Pina disse ainda que a compra do barco é essencial para a sobrevivência da empresa e dessa linha marítima para Cabo Verde, que vai completar 28 anos no próximo 17 de fevereiro.

E lembra que a companhia vinha operando com o Agena há quatro anos em regime de arrendamento (leasing).

“Quando nos inteiramos, no ano passado, que iam colocar o barco à venda decidimos comprá-lo. Caso contrário, outras pessoas poderiam adquiri-lo e ficaríamos sem navio”, acrescentou. Victor de Pina.

O empresário sublinhou que o navio reúne as condições exigidas para atracar nos portos das ilhas do Fogo e Brava, devido ao comprimento do cais, profundidade das águas, dimensão da grua, entre outros aspetos.

“Desde 1995 quando criamos a Atlantic Shipping, fizemo-lo com o objectivo de operar em quatro portos. A aquisição deste navio nos dá a garantia de que nos próximos 10 a 15 anos teremos meios para continuar a ir às ilhas de Fogo e Brava e obviamente São Vicente e Praia, também. Portanto, continuar nos mesmos módulos que temos estado a trabalhar nos últimos 28 anos”, disse o PCA da Atlantic Shipping.

O Presidente da Atlantic Shipping considerou ainda muito importante o contributo que a empresa tem dado para a economia de Cabo Verde e para os familiares dos emigrantes.

“A Atlantic Shipping é apenas um participante, um colaborador, uma peça dessa maquinaria de ajuda a Cabo Verde (...) E digo isso a todo o mundo: não é só a pessoa que recebe um bidão que fica beneficiado. Aquele que tem uma carrinha que leva o beneficiário do interior do Fogo para a cidade de São Filipe; é aquele táxi que o leva a Vale dos Cavaleiros; é o outro que tem uma carrinha que ajuda a levar o bidão à casa... é toda a sociedade que se beneficia, até pessoas tidas como ricas e que não receberam nada dos EUA. Porque há centenas de vendedeiras do Sucupira que vão da Praia para o Fogo à procura de comprar mercadorias chegadas da América e vão vender esses produtos na cidade da Praia... portanto toda a camada social, de uma maneira ou de outra fica beneficiada”, explicou.

Victor de Pina referiu também que «o próprio Estado sai beneficiado porque são milhares de pessoas que sobrevivem sem depender do trabalho ou ajuda do Estado, são transportes terrestres, táxis, pessoas de negócios que compram produtos originários da América para revender em suas lojas, enfim é um impacto enorme».

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