"Recebi opiniões de muitos pais, referindo que, normalmente, as crianças com necessidades especiais só são identificadas na creche, e assim perde-se o melhor período para o tratamento", disse Ma Io Fong na Assembleia Legislativa (AL) de Macau.
Numa intervenção antes da ordem do dia, o deputado referiu que, de acordo com os dados do Instituto de Ação Social, o número de estudantes com necessidades especiais tem aumentado.
No último ano letivo, frequentavam o ensino inclusivo 2.244 alunos, ou seja, "nos últimos anos, o aumento anual foi de cerca de 200", acrescentou Ma.
"Prevê-se um aumento anual de 300 a 450 casos, portanto, há que aperfeiçoar o rastreio e a avaliação (...) para garantir o devido apoio a todas as crianças com necessidades especiais", referiu.
Citando especialistas internacionais, o deputado chamou a atenção dos governantes para a importância do tratamento precoce, preferencialmente "até aos 03 anos".
Ma Io Fong reconheceu que o Governo tem reforçado o investimento no tratamento precoce, embora as instituições competentes não consigam assegurar a prestação dos serviços a todos os necessitados.
Nesse sentido, o também docente pediu ao Governo que defina "um rácio razoável entre terapeutas e utentes", de forma a "garantir o equilíbrio entre a qualidade e a quantidade", além de "rever e alargar, o quanto antes, o programa experimental de rastreio ao desenvolvimento das crianças", destinado às creches subsidiadas.
"Sugere-se ao Governo a revisão e melhoria do referido plano ao nível dos seus efeitos, procedimentos, procura de apoio, etc., e o seu alargamento, quanto antes, a todas as creches subsidiadas e não subsidiadas, com vista a uma plena cobertura do apoio à terapia precoce", notou.
Para Ma Io Fong, é ainda imperativo reforçar a sensibilização da sociedade para o tratamento, sendo que "segundo o pessoal da linha de frente da área da educação, vários encarregados de educação" estão preocupados "com eventuais preconceitos em relação aos filhos que recebem terapia precoce".
"Por conseguinte, escondem a doença, por terem medo do tratamento", constatou.
A Semana com Lusa