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Aumento da temperatura e do nível do mar entre os principais riscos das alterações climáticas em Cabo Verde 21 Mar�o 2023

O estudo de análise de risco climático socializado hoje, na Praia, assinala vários potenciais riscos e impactos das alterações climáticas em sectores chave da economia azul em Cabo Verde, nomeadamente o aumento da temperatura e do nível do mar.

Aumento da temperatura e do nível do mar entre os principais riscos das alterações climáticas em Cabo Verde

Estas informações foram avançadas à imprensa pela responsável de programa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Katia Neves, à margem do ateliê de apresentação de estudo de análise de risco climático no âmbito do projecto “Reforçar as capacidades de Cabo Verde na abordagem dos efeitos das alterações climáticas em sectores-chave da Economia Azul”.

Segundo Kátia Neves, o referido estudo tem por objectivo analisar e avaliar os potenciais riscos e efeitos climáticos, nos próximos 30 a 50 anos ou mais, em três sectores-chave da economia azul, o turismo, pescas e aquacultura e energia, utilizando modelos próprios adaptados.

“Temos componentes que estão a ser propostos, a integração de uma abordagem do ecossistema na gestão dos recursos naturais, mas também a questão de toda a governança climática e aspectos mais concretos de experiências piloto no terreno para poder adaptar às alterações que se prevê para o futuro”, enfatizou aquela responsável.

Após as análises de riscos, concretizou, serão determinadas as medidas que podem ser adoptadas e discutir propostas com todos os parceiros para adaptar e mitigar os efeitos potenciais que se prevê, sublinhando que Cabo Verde já está, todavia, a se adaptar, pelo que, agora, é potenciar estes esforços e integrá-los efectivamente no planeamento sectorial.

“Vamos discutir com parceiros e receber seus contributos temos sectores que são chave, as pesca e aquacultura os principais impactos que estão identificados considerando sempre o pequeno estado insular como Cabo Verde, temos o aumento do nível do mar que terá certamente um efeito directo em tudo que são as infra-estruturas costeiras (…)”, apontou.

De entre os “vários potenciais riscos e impactos” que podem surgir, Katia Neves destacou ainda a questão do aumento da temperatura do mar que “provoca uma alteração nos padrões” dos animais que estão a circular nos oceanos.

Por seu lado, o director-geral das pescas e Aquacultura, Carlos Monteiro, precisou que desde a primeira hora Cabo Verde está engajado porque o País olha a economia azul” numa abordagem e perspectiva “diferente” de exploração de tudo aquilo que o ambiente e os oceanos possam oferecer.

A primeira medida que está a ser adoptada, conforme precisou o director, é a mudança de mentalidade dos decisores, a sociedade civil e principalmente dos pescadores para que haja a almejada protecção do meio ambiente.

“É uma oportunidade para se diversificar e mentalizar as pessoas de que é necessário fazer algo porque de facto. As mudanças climáticas não são um mito, assistimos na pesca que os recursos estão a diminuir, mas também é uma oportunidade para gerar outras actividades associadas que podem dar também sustento e rendimento para as famílias”, afiançou Carlos Monteiro.

“É um trabalho árduo, tem que ser algo gradual, mas temos que começar com muita sensibilização e trabalhos a nível legislativo de regulamentação”, ajuntou, defendendo que os pescadores deverão equacionar outras formas de exploração mais sustentável, alargar o leque, explorar novas espécies.

Em Abril de 2022, Cabo Verde lançou o seu primeiro projecto Readiness financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF), o projecto “Reforçar as capacidades de Cabo Verde na abordagem dos efeitos das alterações climáticas em sectores-chave da Economia Azul” para apoiar o Governo a integrar plenamente as questões climáticas na Economia Azul e na implementação das prioridades definidas na Contribuição Determinada Nacional e no Programa Nacional de Adaptação. O projecto está a ser implementado durante um período de 18 meses, é financiado pelo Fundo Verde para o Clima em cerca de 500 mil dólares e é executado pela FAO.

A Semana com Inforpress

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