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Azerbaidjão lança grande ofensiva contra Arménia no Nagorno-Karabakh — Rússia falha missão de paz na região rica em petróleo 21 Setembro 2023

Esta quarta-feira ficou marcada pelas primeiras palavras do presidente do Azerbaidjão, Ilham Aliyev, sobre o ataque lançado ao Nagorno-Karabakh na véspera, com o poder militar azeri a destruir alvos no território azeri habitado por mais de cem mil arménios. A ofensiva empreendida por Baku acontece a pretexto de que a Arménia está a sabotar o cessar-fogo vigiado pelos russos, aliás muito passivos na sua missão pacificadora entre os rivais.

Azerbaidjão lança grande ofensiva contra Arménia no Nagorno-Karabakh — Rússia falha missão de paz na região rica em petróleo

O presidente do Azerbaidjão, Ilham Aliyev , celebrou o facto de o país ter recuperado a soberania sobre todo o seu território, e ofereceu aos arménios da região a integração pacífica no território, prometendo um esforço de reconciliação e desenvolvimento com vista a tornar a região num "paraíso".

O enclave azeri na Arménia é fonte de incursões armadas pela República do Azerbaidjão desde a sua anexação primeiro em 1923 aquando da integração na URSS e de novo em 1991, aquando da independência das duas repúblicas da ex-URSS.

Em fins de 2020, os dois países que disputam o território de Nagorno-Karabakh, a Arménia e o Azerbaidjão tinham assinado um acordo de paz em Genebra mediado pela Rússia. Milhares sairam à rua em Yerevan a pedir a demissão do chefe de governo arménio.

Três anos quase depois, continua no poder o contestado primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, que pôs em risco o seu governo com a assinatura do acordo com os presidentes do Azerbaidjão e da Rússia para "garantir a paz" no território Nagorno-Karabakh.

Tréguas por entre ruturas/golpes militares

Em setembro de 2020, os dois governos romperam o acordo de paz assinado em 2016 e declararam a lei marcial, pela qual o poder das Forças Armadas se sobrepõe aos direitos civis. O resultado, viu-se nestas sete semanas, foram as mortes em largas centenas, senão milhares de pessoas de ambos os lados— o do Azerbaidjão rico em petróleo e o da Arménia empobrecida.

Rússia mediadora. A pressão internacional no sentido de um acordo de paz fez-se sentir durante em 2020, com os jogos geopolíticos da Rússia e da Turquia pelo meio. Até ao último momento, o presidente turco tinha esperança de conseguir um lugar à mesa negocial, mas a União Europeia e a diplomacia de Mike Pompeo influenciaram a escolha da Rússia para a mediação.

"Revolução de Veludo"

Pashinyan está no cargo desde 8 de maio de 2018. A sua eleição, aos 42 anos, tornou-se possível graças ao grande apoio da esposa Anna Hakobyan (foto inserida).

A jornalista, tal como o marido, foi uma importante figura na "Revolução de Veludo" — protestos que agitaram o país entre 31 de março e 8 de maio de 2018 — que impediu o presidente Serzh Sargsyan de se candidatar a um terceiro mandato, inconstitucional.

Turquia-Arménia sob fundo de ’Genocídio Arménio’

Cento e um anos depois, o massacre de um milhão e meio de arménios por soldados do Império Otomano, antecessor da República da Turquia, continua a marcar a atualidade das relações diplomáticas entre a Turquia e os países ocidentais. Desde 1922 que os arménios reivindicavam o reconhecimento da responsabilidade alemã no massacre perpetrado pelo aliado do Terceiro Reich durante a Grande Guerra.

Em 2020, a votação no parlamento alemão pela qual a Alemanha assumiu a responsabilidade no Genocídio Arménio — e com isso reconheceu ter-se tratado de um genocídio e não de uma eventualidade da guerra, como tem afirmado a Turquia — desencadeou vários protestos em Istambul. O embaixador turco em Berlim foi chamado à Turquia (Arménia: Angela Merkel em visita oficial indispõe Turquia, em braço de ferro sobre ’Genocídio Arménio’, 27.ago.018).

Há cinco anos, a visita oficial de dois dias da chanceler alemã à República da Arménia para conversações com o seu homólogo, o primeiro-ministro Nikol Pashinyan, eleito havia quatro meses, em 8 de maio, teve tudo para aumentar não só a tensão diplomática Alemanha-Turquia mas também pode ter reacendido o conflito na região.

Fontes: Reuters/TASS/Al Arabiyah/Armenian Weekly /Armenian Times. Relacionado: Mediação russa do conflito Arménia-Azerbaidjão: "Penosa assinatura do acordo" de paz, diz PM arménio cuja demissão está a ser pedida na rua, 14.nov.020. Fotos (Reuters): Presidentes do Azerbaidjão, Ilham Aliyev (à esquerda), da Turquia Recep Tayyip Erdogan e da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan.

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