Fernanda Azancoth falava à imprensa no âmbito do acto central comemorativo da Semana Mundial do Aleitamento Materno, comemorado anualmente de 01 a 07 de Agosto, e dos 12 anos do Banco de Leite Humano, que aconteceu nos serviços de maternidade do Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), na Praia.
Este ano sob o lema “Apoie pais e mães que trabalham” avançou que o propósito é sensibilizar a sociedade e principalmente os empregadores, através de um conjunto de actividades realizadas ao longo da semana, no sentido de facilitarem para que as mães consigam fazer o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses.
“O objectivo da semana é exactamente chamar a atenção para essa causa”, assinalou, apontando como o principal desafio a retoma ao trabalho das mães porque, sustentou, normalmente fazem o aleitamento materno durante os meses de licença, que antes eram dois e agora já temos mais tempos, ou seja, três meses.
Segundo afirmou, geralmente após este período muitas mães deixam de amamentar os filhos, ou acabam por inserir um substituto do leite ou então por introduzir alimentos precoces, por conta da retoma do trabalho.
“Então este é um dos maiores dificultadores do aleitamento materno exclusivo em Cabo Verde. O apelo é que também os empregadores tenham isso em contra, porque podem criar espaços dentro das empresas onde as mães possam amamentar”, disse.
Lembrou que podem fazer o aleitamento no horário de dispensa apelando principalmente aos privados para esta questão, tendo em conta que, afirmou, alguns podem criar dificuldades neste processo.
“Já sabemos todos os benefícios do aleitamento materno, seja para o bebé, seja para as crianças, para a família. É importante que estejam com o emocional equilibrado até mesmo para que tenham melhor desempenho”, argumentou.
Segundo esta responsável, o Banco de Leite Humano da Praia colectou, de 2011 a esta parte, cerca de 4.880 litros de leite, que forneceu aos prematuros nos serviços de neonatologia, e beneficiou 4.800 crianças com leite pasteurizado e das doações exclusivas de mães internadas.
São números que, conforme Fernanda Azancoth contribuiram para um dos impactos que o Banco de Leite Humano teve que é diminuir a mortalidade dos prematuros a nível da Cidade da Praia que reflectiu também a nível nacional.
Por isso, lançou igualmente o apelo no sentido de terem mais doadoras, como forma de garantir o estoque de segurança porque, lembrando que o objetivo do Banco de Leite é apoiar o aleitamento materno às crianças, mas também ajudar os prematuros que estão na neonatologia.
A Semana com Inforpress