O dia 3 de novembro está à porta, mas dado o aumento do voto postal e outros aspetos do sistema eleitoral dos Estados Unidos os americanos ainda vão ter de esperar muito para saber quem ganhou a corrida presidencial de 2020.
O processo de contagem dos votos vai demorar, prevê-se, à semelhança do que aconteceu na eleição de 2004 quando o Supremo, com juízes de maioria republicana deu a vitória a Bush. Isso, apesar de Al Gore ter obtido a maioria dos votos, incluindo em alguns dos Estados-chave exceto a Flórida.
A Flórida pode voltar a ser determinante para a vitória de Trump — mesmo se as sondagens têm mostrado uma ascendente tendência pró-Biden. Se vai ou não confirmar-se, depende de muitos fatores.
Um deles é o lobby pró-Trump dos ricos cubanos da Flórida — refugiados do castrismo ou seus descendentes que levantam entre os latinos o espectro do "socialismo", aliás comunismo, que segundo eles é representado pelos democratas.
E entre eles, destaca-se a cubana Bertica Cabrera Morris (foto), consultora de política e negócios que volta a apoiar a candidatura de Trump à Casa Branca. Ela luta pelo voto latino pró-Trump na Flórida, tal como os cubanos que desde a ascensão do castrismo há 62 anos têm demandado o Estado americano vizinho.
Bertica Cabrera acredita que embora nem Joe Biden nem Kamala Harris sejam "socialistas", ou comunistas, têm no entanto o apoio dos "radicais socialistas" AOC-Alexandra Ocasio-Cortez e Bernie Sanders, diz ela na entrevista ao Deutsche Welle, na edição deste sábado.
O anti-socialismo de Bertica Cabrera (foto) explicar-se-á pela sua biografia. Começa pela sua fuga com a mãe aos catorze anos, em 1967, após a detenção do pai empresário. Refugiada "na América" teve de "recomeçar tudo do zero". Subiu na vida até voltar a ocupar o escalão mais alto da sociedade dos cubanos ricos da Flórida.