De acordo com a reportagem do Myanmar Now, as mortes ocorreram durante manifestações em cerca de 40 cidades em várias regiões, tais como Rangoon, Mandalay, Sagaing, Bago, Magwe, Tanintharyi e Kachin.
O número total de mortos, que até sexta-feira era de pelo menos 328, ultrapassa agora os 400.
Apesar da repressão com gás lacrimogéneo, borracha e munições reais, milhares de birmaneses desafiaram mais uma vez os militares e a polícia, inclusive em situações que puderam ser seguidas quase ao vivo nas redes sociais.
Os soldados e a polícia cumpriram a ameaça que a televisão e a rádio estatais transmitiram na véspera, sexta-feira: a de que atirariam nas costas e na cabeça dos manifestantes.
Enquanto o general Min Aung Hlaing presidiu ao desfile em Naipyidó, para comemorar o Dia das Forças Armadas, muitos manifestantes falavam em "dia contra a ditadura militar" e "dia da desgraça".
Eleições sem data
O general referiu que sua missão é "defender a democracia" e prometeu realizar eleições sem especificar uma data específica.
Desde o golpe de Estado militar que se repetem nas ruas birmanesas as manifestações de protesto. Os manifestantes pacíficos têm encontrado pela frente a violência policial e do exército.
"Chegou novamente o momento de combater a opressão militar", declarou um dos líderes dos protestos, Ei Thinzar Maung, na rede social Facebook.
No dia 01 de fevereiro, os generais birmaneses tomaram o poder alegando fraude eleitoral nas legislativas do passado mês de novembro. A democrata Aung San Suu Kyi voltou a ser detida.
Desde o golpe de Estado repetem-se as manifestações de protesto marcadas pela violência policial e do exército.
De acordo com a AFP, mais de 2.800 pessoas, incluindo políticos, estudantes e monges, foram detidas desde 01 de fevereiro.
Fontes: Referidas. Relacionado: Golpe militar na Birmânia: Aung San Suu Kyi detida após ganhar eleições, 02.fev.021. Fotos (Reuters): Manifestações pacíficas têm sido reprimidas com violência.