O coordenador explicou à Lusa que a MoAc vai oferecer de forma gratuita, em quatro centros culturais de Bissau e nalguns espaços abertos e salas de conferências 50 atividades culturais, nomeadamente exibição de filmes, música, literatura, moda, artes plásticas, gastronomia e conferências.
A iniciativa é da ‘Moransa de Kultura’ (Aldeia de Cultura, em tradução livre), um movimento integrado por fazedores e ativistas culturais e sociais que pretendem levar a Guiné-Bissau a ter a sua própria bienal da cultura, disse Miguel de Barros.
“A nossa ideia é retirarmos aquilo que são os desafios que são colocados à Guiné-Bissau no setor cultural de modo com que esses desafios constituam uma agenda da ‘Moransa de Kultura’ para a transformação do setor cultural da Guiné-Bissau”, afirmou o coordenador da MoAc.
Barros notou que as recomendações a saírem desta primeira edição servirão aos próprios artistas e ativistas para determinar que rumo o setor deverá tomar daqui para a frente.
“Nós encaramos isso como uma possibilidade de contribuição cidadã para ajudar a alavancar o setor cultural, mas sobretudo para mobilizar os artistas guineenses na construção de uma visão diferenciada daquilo que é o potencial cultural artístico existente no nosso país”, enalteceu.
O responsável indicou como “um dos atrativos” da MoAc a apresentação de um roteiro gastronómico com 20 restaurantes de Bissau, tanto da periferia como do centro da cidade, nos quais é possível degustar tanto a comida tradicional guineense como moderna.
O coordenador da MoAc elencou a cultura guineense, a par da seleção nacional de futebol e a biodiversidade como “principais cartões-de-visita” da Guiné-Bissau, e destacou a sua importância na coesão e na pacificação da sociedade, para justificar a importância do evento.
“Efetivamente, a cultura não é só o traço de um povo, mas é o motor da economia e ao mesmo tempo a cultura é aquela entidade que nos permite criar sociedades mais pacíficas, mas também mais harmoniosas e que criam autoestima sobre aquilo que é o seu valor enquanto coletividade, mas também enquanto a sua ancestralidade”, vincou Miguel de Barros.
O coordenador da mostra tem como meta criar uma bienal, mas também promover a internacionalização da cultura guineense pelo que vê a primeira edição como “momento de arrumação da casa”.
A primeira edição da MoAc tem a linguista e reitora da Universidade Católica de Bissau, Zaida Pereira como curadora literária, o artista plástico Nu Barreto é o curador das artes visuais, cénicas e performativas, e o sociólogo António Spencer Embaló é o curador para as conferências.
A Semana com Lusa