No centro de saúde da Boa Vista, está sexta-feira, a porta do consultório de genecologia concentrou um número maior de mulheres que aguardavam para serem atendidas pela equipa de enfermeiros e médicos que realizavam exames de despiste do cancro da mama e do útero, no âmbito de “Outubro Rosa”, com a finalidade de consciencializar para a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama, nomeadamente através do rastreio, e divulgar informação.
Mas antes, houve tempo para uma conversa aberta com as mulheres que aguardavam as suas vezes para serem atendidas, no sentido de sensibiliza-las para a prevenção, informando-as sobre os sintomas e diagnóstico da doença, ao mesmo que receberam panfletos sobre o referido assunto.
A enfermeira Raquel Rodrigues, que é presidente da Associação de Luta contra o Cancro, começou por frisar que, não obstante, a programação para o mês de Outubro, o núcleo da Associação Caboverdiana da Luta Contra o Cancro (ACLCC) e a Saúde Reprodutiva da ilha da Boa Vista tem vindo a trabalhar, o ano inteiro, na luta contra o cancro, dando, entretanto, enfase ao mês de Outubro, para chamar mais atenção à prevenção.
Sobre a programação da agenda de actividades deste ano, Raquel Rodrigues explicou que, todos os anos, a associação inicia o programa na cidade de Sal Rei, sem deixar nenhuma localidade de fora, pelo que este ano não se fugiu à regra.
Entretanto, para este ano, informou que a triagem para rastreios é feita de forma diferente, visto que pretende o grupo alcançar a camada de mulheres que não tem por hábito procurar consultas de genecologia.
“Sabemos que há muitas pessoas que não procuram as estruturas de saúde, e decidimos ir ao terreno, à procura destas que, por norma, não têm hábito de procurar consultas de genecologia”, revelou, sugerindo levar as pessoas ao centro de saúde, a fim de realizarem os despistes do cancro da mama e do colo do útero.
Apesar de se congratular com a “boa adesão” das mulheres, Raquel Rodrigues, disse que os médicos podem indicar as citologias, mas lamenta que ainda o centro de saúde não dispõe de equipamentos e materiais para proceder a este tipo de exame às pessoas que procuram os consultórios e clinicas privadas para o realizar.
Mas a mesma acredita que, com o engajamento do delegado de Saúde da ilha, e os demais parceiros, em breve a ilha terá estes equipamentos para diagnóstico e despiste do cancro do colo útero.
Quanto à demora de evacuações de pessoas com cancro, a presidente da associação precisou que se trata de um trabalho interno com o delegado de Saúde da ilha, e da parte do exterior, da cidade da Praia, ou da ilha de São Vicente, e que por isso este tipo de procedimento não depende da associação.
“Diagnosticamos e detetamos casos, mas daqui para frente existe a parte burocrática, que entendemos, leva um tempo, mas o núcleo e mesmo a associação na capital tem vindo a ajudar para o andamento dos processos”, disse, sublinhando que a palavra-chave é a prevenção.
A Semana com Inforpress