LUSOFONIA

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Bolsonaro já está de volta ao Brasil — "Estou pronto para 2026" 30 Mar�o 2023

O ex-presidente Jair Bolsonaro aterrou em Brasília hoje às sete horas locais (mais duas em Cabo Verde). Há duas semanas no discurso ao grande comício dos Republicanos anunciou: "Vou para a terceira corrida para tirar do poder o presidente comunista". Mas antes vai já na 3ª fª, 4-4, responder perante a justiça pelo não declarado tesouro recebido das Arábias.

Bolsonaro já está de volta ao Brasil —

O ex-presidente brasileiro deixou o aeroporto de Brasília sob forte escolta policial, depois de passar pela forte revista alfandegária a que todo o passageiro está sujeito. Esta inspeção aduaneira surge como uma reversão relativamente às três vezes em que ele e próximos entraram no país com largos milhares de joias não declaradas, destaca a imprensa brasileira.

Este regresso, três meses depois de autoexilado na Flórida, é segundo analistas o sinal forte dado por Bolsonaro de que pretende liderar a oposição da direita à presidência do trabalhista Lula.

Bolsonaro, note-se, marcou o regresso para esta altura em que se comemora nos quartéis o aniversário da instauração da ditadura — que este ano está proibido celebrar.

O ex-presidente aguardava uma receção apoteótica, até a contar com a ausência de Lula na China, entretanto adiada por motivo de saúde do atual presidente.
"O banho de multidão" aguardado por Bolsonaro e prometido por milhares de apoiantes que tinham declarado ir recebê-lo ao aeroporto frustrou-se. Mesmo com os ajuntamentos a serem proibidos, dado o receio de desordem pública, imagens mostram multidões à saída do aeroporto.

A saída do aeroporto de Brasília fez-se, todavia, sem que os milhares de apoiantes açi congregados pudessem contactar o seu ídolo. Bolsonaro deixou o aeroporto por entre o reforço da segurança.

Entretanto circulam imagens do forte aplauso que o ex-presidente obteve durante o voo e até acenos de uns pouco felizardos que o viram a acenar-lhes do carro que o conduziu à sede do PL-Partido Liberal.

Apesar de reunir um grande número de apoiantes — teve 49 por cento dos votos em outubro último —, analistas entendem que Bolsonaro perdeu uma grande rede de apoio devido a esta longa ausência na Flórida.

Investigação pode criar auréola de mártir. É dado como certo que o ex-presidente vai estar na terça-feira, 4 a responder em tribunal pelo escândalo das joias.

Mas teme-se que as acusações a Bolsonaro possam aumentar a sua popularidade. O seu marketing pode aproveitar o facto judicial para focar a perseguição política.


Discurso entre fina-flor republicana.
Bolsonaro convidado este mês para discursar na conferência do Partido Republicano na área metropolitana de Washington DC, a capital dos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou ser "grande amigo de Donald Trump" e estar convicto de que em 2026 ambos vão estar no poder nos respetivos países.

Bolsonaro autoapresentou-se — nesse encontro do segundo fim de semana deste mês na CPAC-Conservative Political Action Conference/ Conferência da Ação Política Conservadora — como filho "duma família pobre" que "nunca esper[ou] chegar a presidente do Brasil. Mas que quando assisti[u] um comunista a ser reeleito no [s]eu país, decidi[u] encarar o desafio".

A imprensa americana fez manchetes com "Bolsonaro na corrida para 3º mandato em 2026". Descrevem-no como "um populista e candidato polarizador da direita" que "perdeu à tangente com o ex-PR Lula" em 2022. O presidente Lula é o eleito "do partido de extrema equerda", segundo a imprensa de tendência republicana.

A transição no Brasil: Presidente-eleito Lula — "Onde está o presidente Bolsonaro?!"

Em dezembro, o presidente Bolsonaro manteve o suspense o máximo. Só no final de quase 48 horas de silêncio, desde que o TSE confirmou o resultado eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro afirmou "continuar seguindo os mandamentos da Constituição".

Numa declaração marcada pela brevidade, no Palácio Alvorada, Bolsonaro agradeceu os votos recebidos e não mencionou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. No dia seguinte, tornou-se o mais famoso refugiado de Orlando.

Entretanto, o protesto de largas centenas de caminonistas pró-Bolsonaro — que através do bloqueio das principais rodovias, desde a manhã de segunda-feira e ao longo da semana — pediam em conjunto com outros bolsonaristas nas redes sociais a intervenção militar Esse foi um dos sinais da presidência desafiante que Lula, o primeiro ex-presidente brasileiro reeleito após dois mandatos, teve pela frente antes de tomar posse no primeiro dia deste 2023.

O MPF bem avisou que a não aceitação do resultado eleitoral, "com emprego de violência ou grave ameaça, configurava tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito".

Também a CNTTL-Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística se demarcou da manifestação. Em comunicado à imprensa, a confederação do setor disse que "defende, acima de tudo, a democracia, ou seja, respeita o resultado soberano das urnas".

"Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva", enfatizou o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.

Distribuição apelou em vão ao presidente. O presidente da Abras-Associação Brasileira de Supermercados, pediu “apoio ao presidente Jair Bolsonaro a respeito das dificuldades de abastecimento que já começam a enfrentar[sic] os supermercadistas em função da paralisação dos caminhoneiros nas estradas do país".

O apelo, em comunicado de imprensa, reforçava que o setor receava ver repetir os efeitos da greve de 2018, quando durante o governo de Michel Temer (MDB), a paralisação dos camionistas afetou a economia levando à subida da inflação e escassez de alimentos.

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Fontes: Reuters/CNBC/NY Post/BBC/Le Figaro/Le Monde/Globo... Relacionado: Inauguração do PR Lula da Silva — Convidou mais líderes desde 2003 ... , 02.jan.023; Eleições 2020: Carlos Bolsonaro e mãe Rogéria revezam-se na Câmara do Rio em prol de Jair, o 1º de 7 na política,14.fev.020; Censura voltou ao Brasil: Filme candidato aos ’Oscars 2020’ tem exibição proibida, 19 dez.019. Foto: Bolsonaro autoapresentou-se — nesse encontro do segundo fim de semana deste mês na CPAC-Conservative Political Action Conference/ Conferência da Ação Política Conservadora — como filho "duma família pobre" que "nunca esper[ou] chegar a presidente do Brasil. Mas que quando assisti[u] um comunista a ser reeleito no [s]eu país, decidi[u] encarar o desafio" e promete regressar em 2026.

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