O documento encontrado no Arquivo Público do Estado do Piauí em 1979 é considerado uma das primeiras cartas de direito, além de primeira petição de direito escrita por uma mulher.
Esperança Garcia nasceu escrava no Brasil. Mas teve a sorte de beneficiar da educação proporcionada pelos jesuítas — essa ordem religiosa que tanto mal fez mas também deixou frutos na educação (como atestam as mais prestigiadas instituições universitárias do primeiro mundo, desde logo, dos Estados Unidos).
Em virtude da relevância histórica da Carta de Esperança Garcia, o Dia Estadual da Consciência Negra no Piauí é celebrado em 6 de setembro.
Transcrição da carta: Sou uma escrava de Vossa Senhoria da administração do Capitão António de Vieira de Couto, casada. Desde q o Capitão para lá foi administrar, que me tirou da Fazenda dos Algodões, onde vivia com meu marido, para ser cozinheira da sua casa, e onde nela passo muito mal.
A primeira é que há grandes trovoadas de pancadas em um Filho meu sendo uma criança que lhe fez extrair sangue pela boca, em mim não posso explicar que sou um colchão de pancadas, tanto que caí uma vez do Sobrado abaixo pejada; por misericórdia de Deus escapei.
A segunda estou eu e mais minhas parceiras por confessar há tres anos. E uma criança minha e duas mais por Batizar.
Pelo que peço a V. Senhoria pelo amor de Deus e do Seu Valim(?) ponha os olhos em mim ordenando digo mandar ao Procurador que mande para a Fazenda de onde ele me tirou para eu viver com meu marido e Batizar minha Filha.
De V.Sa. sua escrava Esperança Garcia
Fontes: wikipedia/Histórico-literárias. Relacionado: Trocou Hino Nacional, por labirintite, 08.nov.020.
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