A atuação dos agentes durante o baile com a participação de cerca de cinco mil pessoas, foi justificada, segundo a polícia durante a conferência de imprensa na tarde de domingo.
"As ações só se deram porque os policiais foram atacados", afirmou o porta-voz da Polícia Militar. Ele explicou que uma moto com dois indivíduos em atitude suspeita passou por um ponto de estacionamento de patrulhas da Polícia Militar Metropolitana que realizavam uma operação nessa zona residencial.
Segundo a fonte, os polícias, que estavam ali para garantir a segurança das pessoas, mandaram parar os suspeitos. Em vez disso, os dois indivíduos dispararam. Os agentes perseguiram-nos até o baile funk, na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
"Os criminosos utilizaram as pessoas que estavam frequentando o baile como uma espécie de escudo humano para impedir a perseguição policial", acrescentou a fonte.
As nove pessoas morreram por ferimentos após terem sido pisoteadas. "Por conta dessa correria que se deu com a chegada dos policiais, em acompanhamento aos criminosos, nove pessoas ficaram feridas gravemente e vieram a falecer. Até o momento a informação é que morreram pisoteadas, não há nenhuma com perfuração de arma de fogo ou algum outro tipo de lesão", disse o agente.
Quanto aos suspeitos, a Polícia Militar informou que não conseguiu perseguir os suspeitos e que, "por enquanto, ninguém foi preso".
Presidente lamenta a morte de inocentes
"Eu lamento a morte de inocentes", disse o presidente Jair Bolsonaro que falou à imprensa na manhã de segunda-feira, na portaria do Palácio do Planalto, em Brasília.
Vídeo mostra agentes da PM a agredir jovens
Segundo a revista Veja, um vídeo gravado em Paraisópolis (foto inserida) "mostra imagens supostamente da madrugada deste domingo" em que "dois homens rendidos" estão a ser "agredidos por policiais militares. Um deles foi pisoteado após receber uma rasteira e chutes pelo corpo".
Em meio a gritos de dor, a primeira vítima pede para que os agentes parem de bater. Outro rapaz, estendido no chão, leva bofetões e pontapés.
"Vamos apurar, inclusive, se foi mesmo hoje, ou não. Mas é muito grave", afirmou o porta-voz da Polícia Militar à reportagem da Veja.
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Fontes: Agência Brasil/Veja/Estado de São Paulo. Foto: Paraisópolis, 2ª maior favela de São Paulo, com 20 mil agregados e 80 mil a 100 mil habitantes. Por trás, os arranha-céus do Morumbi, bairro nobre.