A adolescente havia alguns dias que ia dormir à casa da tia, porque a mãe estava a viajar. Segundo o delegado, era uma família tranquila, "havia uma relação harmónica entre as partes".
O que chama a atenção, segundo o delegado, é que "o crime não foi impulsivo, um ataque, foi algo planeado. Tem um diário que ela escrevia sobre o sofrimento dela, da rebeldia, que a família não vai gostar do que ela fizer. Ela dá indícios de que mataria alguém ou se mataria, mas nada referente ao caso especificamente. Então, para o caso em investigação não vai servir [como elemento de prova]".
"Ela conta com uma tranquilidade... Disse que não havia uma preparação. Sobre o diário que encontramos, ela disse que era porque ela cultua a morte, que gosta. Mas, acredito que havia, sim, um planeamento", disse o delegado.
Disse que não se arrepende
A adolescente contou que cerca de duas horas antes de ir até a casa da tia, começou a planear o crime. Como sempre, por volta das 18H saiu para a casa onde ia dormir, mas desta vez levava uma faca. Esteve algum tempo a ver televisão com o primo de dez anos e quando ele foi para o quarto, acompanhou-o.
Ia para o amarrar mas como ele reagiu ela deu-lhe algumas facadas para o dominar. Assim foi: amarrou-o com um cinto e deixou-o trancado no quarto. Como a faca quebrou, ela foi buscar outra à cozinha, dirigiu-se ao quarto da tia..
"Aproveitando que a tia não a viu, porque estava deitada" na cama de costas para a porta, "ela esfaqueou exatamente na região da jugular. Ela disse que não lembra quantos golpes deu. Elas entraram em luta corporal e então saíram do quarto e foram para a sala, continuaram brigando e depois foram para cozinha, onde jogaram cadeiras uma contra a outra. Até que em determinado momento, a vítima escorregou e a menina aproveitou e deu mais facadas e pegou uma panela de pressão e começou a golpear a cabeça da tia. A panela chegou a amassar com os golpes", relatou o delegado.
Após o crime, a menina chegou a deixar um bilhete sujo de sangue a dizer "Eu estive aqui" e com o desenho de um coração.
"Ela disse que não se arrepende, que a motivação seria porque não gostava da tia, que ela não a deixava sair, em que pese que as pessoas achavam que elas tinham uma boa relação. Ela disse que fez totalmente consciente, que quis matar a tia, que não se arrepende e faria tudo de novo".
Cúmplice? Inicialmente, a suspeita era de que a agressora teria tido ajuda para cometer o crime. Contudo, de acordo com o delegado, descartaram a hipótese porque a vítima estava com dengue. Enfraquecida pela doença, não terá sido difícil à sobrinha cometer sozinha o crime.
Crueldade, barbárie, insanidade?
Fontes: Globo/Correio Brasiliense.