Jair Bolsonaro, em cerimónia solene no palácio do Planalto por altura da comemoração dos duzentos dias da sua presidência, defendeu ainda a sua escolha com os argumentos de que o filho preenche os três requisitos necessários.
O presidente na conferência de imprensa que encerrou a cerimónia nesta quinta-feira, 18, fez perguntas e deu as respostas, que, segundo ele, expõem a simplicidade da indicação do filho para a embaixada em Washington.
“Você tem que ver o seguinte: é legal? É. Tem algum impedimento? Não tem impedimento por ser meu filho. Atende o interesse público? Qual o grande papel do embaixador? Não é o bom relacionamento com o chefe de Estado daquele outro país? Atende isso? Atende. É simples o negócio”, rematou Jair Bolsonaro.
Reações
Uma sondagem mostra que mais de dois terços dos brasileiros discordam da nomeação presidencial, por se tratar do filho.
Na quarta, 17, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que mesmo tendo esse direito ele não indicaria um filho para o cargo de embaixador.
No meio jurídico, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o caso configura nepotismo porque, segundo ele, a Constituição afasta a possibilidade de o presidente nomear o filho.
Para o professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Carlos Gustavo Poggio, do ponto de vista institucional, a indicação representará a "desmoralização" do Ministério das Relações Exteriores.
"Há diplomatas qualificados para ocupar o posto. Se o presidente não consegue selecionar alguém fora do círculo familiar, há um problema", afirmou.
Na terça-feria, 16, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que o presidente o questionou se há "restrição" na Casa em relação à indicação de Eduardo.
Segundo Alcolumbre disse ao G1, a sua resposta a Bolsonaro foi que "não cabe aos parlamentares restringir indicações, mas, sim, votá-las".
Fontes: Globo/Estadão/Folha de S.Paulo/Agência Brasil. Foto (Estadão): Eduardo Bolsonaro, fotografado em fins de 2018 em Washington como apoiante de Trump para 2020, é indicação do pai para chefiar embaixada nos EUA.