Segundo as autoridades, os prejuízos socioambientais das atividades investigadas podem ultrapassar os 27 mil milhões de reais (cerca de cinco mil milhões de euros).
A polícia concentrou as suas operações nos municípios de Itaituba e Novo Progresso, no estado amazónico do Pará, bem como na cidade de Cuiabá, no estado de Mato Grosso.
O objetivo foi combater crimes como lavagem de dinheiro e crimes ambientais decorrentes do garimpo ilegal, entre outros.
No total, os agentes cumpriram 17 mandados de busca, bloquearam bens no valor de mais de 290 milhões de reais e suspenderam as atividades de mineração de seis empresas e duas cooperativas
As investigações tiveram início após a constatação, em junho, de que mais de uma tonelada de ouro obtida nas proximidades da bacia do rio Tapajós estava a ser "esquentada", pois passava para o mercado legal com licenças falsas.
Segundo a polícia, os garimpeiros informais e cooperativas investigados declararam a aquisição de cerca de 37 toneladas de ouro entre janeiro de 2021 e setembro de 2023.
Segundo especialistas, o garimpo ilegal de ouro é a principal causa da poluição do rio Tapajós, cujas águas, agora turvas, contêm altas doses de mercúrio - o metal usado para extrair ouro - que no final do seu curso desagua no Amazonas.
A mineração informal no Brasil, na sua maioria ilegal, disparou em 2022, ano em que a área ocupada pelos chamados "garimpeiros" cresceu 35 mil hectares, afetando principalmente a região amazónica, as suas áreas de conservação e os territórios indígenas aí delimitados.
A Semana com Lusa