O apelo dos familiares de Sankara ao presidente Ibrahim Traoré(foto à d.ta, em baixo), no dia 4, teve uma resposta: "Como militar, o seu corpo pertence às Forças Armadas" e "enquanto Presidente falecido no exercício das suas funções, o seu corpo pertence inteiramente à Nação".
A segunda inumação ocorre menos de cinco meses sobre o segundo golpe-de-Estado de 2022. Foi em 30 de setembro último que o capitão Traoré substituiu na presidência o coronel Damiba instalado em janeiro, mas "cuja atuação enfraqueceu o sistema de segurança nacional".
A foto recente de um grupo de jovens numa manifestação em Uagadugu mostra a revitalização da memória de Thomas Sankara como "Herói do povo", "Revolucionário Africano", "o Che de África" — em evocação a Che Guevara, o companheiro de Fidel Castro.
Em abril de 2021, o presidente Blaise Compaoré é condenado in absentia a uma pena de prisão perpétua pela sua responsabilidade nas treze mortes. Compaoré (foto à esqª de Traoré), era o vice-presidente de Sankara desde a sua chegada ao poder em 1983, aos trinta e três anos.
Ao fim de um processo de seis meses, o Tribunal Militar de Uagadugu condenou à revelia o antigo vice-presidente de Sankara que foi presidente entre 1987 e 2014. Compaoré vive no exílio na Costa de Marfim e adquiriu a nacionalidade.
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Fontes: Ivoiresoir/Reuters/AFP. Relacionado: Burkina-Faso: Militares tomam poder no 2º golpe-de-Estado de 2022, 01.out.022; Burkina-Faso/ Thomas Sankara: Julgamento dos presumíveis assassinos arranca hoje, 11.outº — Ex-PR Compaoré entre 13 acusados, 11.out.021; França-Barkhane: Nº1 do Estado Islâmico no Saara eliminado — Al-Sahraoui liderou ataques na zona das 3 fronteiras, 22.set.021; Burkina-Faso: 100 civis mortos em ataques djihadistas sábado, 05.jun.021; Burkina-Faso: 7 soldados, 35 civis e 80 terroristas morreram, anuncia presidente Kaboré, 26.dez.019. Fotos: Ao alto: Mariam e Thomas Sankara com os dois filhos. Blandine Sankara na sua quinta bio "Yelemani" (Mudança, na língua diula); irmã diz que continua a luta ecologista do irmão Thomas Sankara que defendia a agroecologia como o futuro do Burkina-Faso. Blandine dá palestras em escolas e abre a visitas de estudo a fundação "Yelemani" situada em Loumbila, a 25 km da capital.