Em entrevista a esta edição especial do Asemanaonline sobre o Festival Jazz Festival, Jorge Garcia explica que o apoio da CMP em prol da materialização do evento que colocou Cabo Verde na rota internacional da World Music, tem sido incondicional, desde 2009. Segundo Garcia, este apoio consubstancia-se na disponibilização de uma verba expressiva que, se somada ao montante cedido em 2020, ano em que, por força da pandemia, o festival acabou por ser cancelado, totaliza 20 mil contos.
“Destarte, esta ingente engenharia financeira, mormente em tempos de retoma económica, torna-se crucial para o custeio das passagens e o pagamento do cachet dos artistas, para além da cedência, por parte da autarquia, dirigida por Francisco Carvalho, do Largo da Pracinha de Escola Grande (Praça Luís de Camões), tradicional palco da atividade”, destacou.
Garcia frisa ainda que, como tem sido habitual, o KJF vai acontecer na sequência Atlantic Music Expo (AME), evento este que está agendado para os dias 10,11, 12 e 13 de abril e que este ano recebeu 164 candidaturas, entre nacionais e internacionais, provenientes de países como Itália, Eslováquia, Nigéria e Canárias, todos à procura de uma das 28 vagas existentes.
“O AME-CV, que este ano já vai na sua 9ª Edição, é uma feira mundial de música, onde profissionais da música, ‘managers’, produtores, jornalistas, empresários, diretores de salas e de festivais, agentes, ‘bookers’, distribuidores, videastas, fotógrafos, fabricantes de instrumentos, equipamentos e acessórios diversos, de todo o mundo, expõem os seus produtos e refletem sobre a sua área de atividade. Outrossim, desde 2013, o AME contou com mais de 2500 delegados locais e internacionais provenientes de 48 países e mais de 150 showcases”, assinalou.
Segundo Jorge Garcia, por altura do AME o arquipélago se transforma num foco de vibrantes intercâmbios transatlânticos e culturais e, fruto desta efervescência cultural, associada ao facto de abril ser um mês de grande afluência turística, os ganhos económicos são evidentes. Ademais, o intenso intercâmbio cultural faz emergir talentos escondidos e lança carreiras internacionais, criando janelas de oportunidades além-mar.
Em termos de significado do evento, Jorge Garcia realça que o KFJ dignifica qualquer cidade e, ao mesmo tempo, concorre para uma maior divulgação e popularidade de um género musical sublime que, no seu bojo, traz muita emoção, improvisação e livre interpretação.
Desde a sua primeira edição, o KJF, cujo mote principal é promover a música inspirada no crioulo de todas as ilhas, seja no Caribe, no Oceano Índico, seja em Cabo Verde, tem acontecido sob o selo da mais elevada qualidade “por força de um leque significativo de atuações memoráveis, ao longo das suas sucessivas edições, casos de Manu Dibango (Lenda do saxofone, já falecido), Stanley Clarke, Stanley Jordan, Richard Bona (Baixista), Nathalie Natiembé, Cindy Blackman Santana (Baterista), Esperanza Spalding, Sara Tavares, Carmen Souza, Ayo, Jowee Omicil, Simentera, Seu Jorge, Bulimundo, etc”, pontua Jorge Garcia.
Outrossim, diz o Vereador da Cultura e Economia Criativa, a criação de pontes culturais entre os países lusófonos tem sido uma preocupação do empresário Djô da Silva, produtor do KJF, conforme ficou patente na 11ª edição que trouxe para o coração da cidade astros de grande dimensão, como é o caso de Zeca Pagodinho, somados à constelação do Projeto D´Alma – Ana Bela Aya (Angola), Karyna Gomes (Guiné Bissau), Roberta Campos (Brasil) Mirri Lobo (Cabo Verde), Otis (Moçambique) e Cuca Roseta (Portugal).