"Há uma proposta de acordo, que julgo que vem ao encontro dos nossos interesses, de aprofundar a cooperação com o Mercosul. Uma cooperação em todos os domínios", afirmou Zacarias da Costa.

Segundo o responsável, a "intenção do Brasil" é que esse acordo possa ser assinado ainda durante a presidência brasileira do Mercosul, que termina em dezembro.

Já o embaixador do Brasil junto da CPLP, Juliano Nascimento, confirmou à Lusa que há uma proposta do Brasil "de um acordo quadro que possa amparar todas as atividades que os países do Mercosul fazem junto com CPLP", mas também as futuras.

O diplomata adiantou que o texto desse acordo deverá ser apreciado hoje pelos Estados-membros.

No domínio do ensino da língua portuguesa, por exemplo, já existe "muita cooperação", referiu Juliano Nascimento.

Contudo, a ideia é "estender-se (...) à cooperação técnica, ao desenvolvimento de estudos como pesquisa de vacinas, ou laboratórios, ou ao banco de leite humano, que o Brasil já tem uma expertise [experiência] que já está expandida para os países do Mercosul e alguns da CPLP".

Juliano nascimento concluiu que se trata de "um acordo chapéu para cobrir os projetos existentes e os futuros" entre a CPLP e os países do Mercosul seus associados.

Na prática, além do Brasil, que é Estado-membro da CPLP, os países do núcleo do Mercosul hoje já são todos observadores associados da organização, sublinhou.

Segundo o diplomata brasileiro, hoje, na habitual reunião mensal do Comité de Concertação Permanente da CPLP - dos embaixadores dos nove Estados-membros em Lisboa - deverá ser apreciado o conteúdo do texto do acordo.

"Nós já propusemos esse acordo formalmente para os demais. Dissemos que o Brasil está na presidência [do Mercosul] e gostaríamos que esse acordo fosse apreciado, e a recetividade foi muito boa. A questão agora, eu julgo, que é de um ajuste formal do texto, para que esse acordo seja assinado em dezembro", considerou o embaixador.

Segundo o diplomata, esse acordo seria um marco da presidência brasileira do bloco, realçou.

"Nós estamos a casar as duas coisas". No caso do Mercosul, a união fez-se pela proximidade geográfica e no da CPLP, a integração fez-se "pela língua e pela cultura", acrescentou.

Além do Brasil, são Estados-membros da CPLP Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A Semana com Lusa