Rui Figueiredo lançou este alerta no seu discurso feito no encerramento da reunião de preparação da 4ª Conferência sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, sigla em inglês), que decorreu na cidade da Praia entre os dias 30 de Agosto e 01 de Setembro.

“Após três dias de trabalho intenso, estamos a chegar ao fim desta importante reunião inter-regional preparatória da IV Conferência Internacional sobre os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento,” destacou o ministro Figueiredo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional elogiou as discussões incisivas e produtivas que ocorreram durante o evento, enfatizando o compartilhamento de ideias, experiências e visões entre os representantes das nações insulares.

Rui Figueiredo anunciou ainda que, como resultado dessas discussões, foram delineados os pilares do novo Programa de Acção que guiará o futuro desenvolvimento dos SIDS, sendo eles a revitalização das economias, a resiliência ambiental, o empoderamento, equidade e inclusão, o fortalecimento institucional e estatísticas e o acesso a meios de implementação.

“Estamos comprometidos com estratégias para um crescimento dinâmico e inclusivo” começou por esmiuçar o ministro, sublinhando a importância de promover oportunidades económicas para todos, frisando que os esforços dos SIDS incluirão o desenvolvimento de acções transformadoras para aumentar a nossa resiliência ambiental.

Depois de tocar na questão do impacto das mudanças climáticas, o ministro enfatizou a importância de construir “um caminho para o empoderamento, a equidade, a inclusão e a segurança humana”, assegurando que nenhum cidadão seja deixado para trás.

“Precisamos fortalecer a nossa capacidade institucional e estatísticas para uma melhor gestão”, observou Figueiredo, para quem deve-se ainda “garantir o acesso aos meios de implementação para efectivamente mitigar a nossa vulnerabilidade e garantir um futuro mais resiliente”.

Figueiredo ressaltou que essas áreas são cruciais para o desenvolvimento sustentável dos SIDS e expressou o desejo de um futuro sustentável sem deixar ninguém para trás.

O chefe da diplomacia cabo-verdiana reconheceu os desafios complexos enfrentados pelas nações insulares, incluindo a exposição a choques económicos, ambientais e sociais, bem como às consequências das mudanças climáticas e pandemias.

“Se quisermos tirar proveito e desenvolver as nossas potencialidades, temos, urgentemente, de construir resiliência aos choques externos”, disse.

O ministro também abordou as limitações fiscais das nações insulares e a necessidade de mobilizar recursos domésticos e acesso a financiamentos, principalmente financiamento concessional.

Figueiredo chamou a atenção para a necessidade de um sistema financeiro internacional mais flexível, previsível e justo, alinhado com as realidades dos SIDS, frisando que essa é uma questão de justiça e equidade global, pelo que instou os representantes das nações insulares a fazerem ouvir sua voz colectiva nos fóruns internacionais.

Finalmente, o ministro destacou a possível adopção de um índice de vulnerabilidade multidimensional como uma solução para medir a vulnerabilidade das nações insulares.

Rui Figueiredo Soares defendeu que a compreensão mútua alcançada durante a conferência servirá como “base sólida” para políticas e estratégias conjuntas, fortalecendo os laços entre as nações insulares e promovendo soluções para um futuro próspero. A Semana com Inforpress