"Temos recursos naturais e minerais, e almejamos um nível de desenvolvimento maior para o nosso continente. Para isso temos de saber gerir e negociar bem os nossos recursos. Só o conseguimos fazer com a capacitação dos nossos jovens, investindo na qualificação dos jovens e mulheres, com standard (padrões) internacional", afirmou Olavo Correia, ao discursar na cimeira de chefes de Estado Africanos sobre o capital humano, que decorre na Tanzânia.
O também ministro das Finanças de Cabo Verde disse que não se pode compactuar com o que se está a passar em África hoje, e que os jovens não podem estar a fugir de um continente que tem "mundo de oportunidades".
"Não podemos cruzar os braços e deixar os sonhos desses jovens ser apenas um sonho. É a nossa responsabilidade transformar esses sonhos em realidade e aqui em África juntamente com as suas famílias e com o seu povo", salientou.
O governante considerou que a cimeira é uma oportunidade para consciencializar de que investir nos jovens não pode ser considerado como "meros gastos", mas sim como investimentos produtivos que contribuem para impulsionar a dinâmica de crescimento económico da região africana.
"Quando falamos em mais saúde, mais educação e mais proteção social para os nossos jovens e mulheres, que lutem para o bem-estar deste continente, significa melhores empregos e mais rendimento para os indivíduos e mais prosperidade para os países da nossa região", apontou.
"Eu acredito na transformação da África. O que falta aos nossos países, é a boa governação, boas lideranças comprometidas, não apenas ao nível do Governo, mas a todos os níveis, para promovermos a transformação e fazermos da África um continente de oportunidades, positivo, de esperança e que nos orgulhe a todos enquanto africanos. Boa governação é feita com pessoas capacitadas e munidas de informações. É este o nosso dever. É assim que vamos transformar a África", acrescentou.
O governante disse que se falharem com o desenvolvimento do capital humano, falharão com os objetivos do desenvolvimento sustentável e hipotecarão a felicidade dos jovens e das mulheres de hoje e das próximas gerações.
"África é o continente com maior número de população jovem. Quer isso dizer que temos o maior número da força de trabalho em relação às outras regiões. Estarmos aqui todos reunidos, para debater sobre o capital humano em África, significa que este assunto não está em segundo plano nas nossas políticas. Mas para que isso tenha relevância, temos de trazer para o centro de todas as atenções", comentou.
Correia realçou que o desenvolvimento da África tem de ser "muito bem pensado" e que não se pode deixar de lado qualquer recurso que pode concorrer para a melhoria do nível de rendimento do continente e para uma vida condigna a todos.
"A África tem um dos melhores níveis de recursos naturais e minerais a nível mundial. Temos de saber aproveitar esta oportunidade. No mundo das negociações internacionais, temos de saber negociar o que temos para poder conseguir o que queremos", sustentou.
Sob o lema "acelerar o crescimento económico da África, impulsionar a produtividade dos jovens através da melhoria da aprendizagem e das competências", a cimeira sobre desenvolvimento do capital humano no continente africano é organizada pelo Governo da Tanzânia e pelo Banco Mundial. A Semana com Lusa