O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) participou no acto de abertura do 41º encontro do Comité Nacional de Pilotagem (CNP) do Programa das Pequenas Subvenções do Fundo Mundial para o Ambiente (GEF SGP), que decorre na cidade de São Filipe.
A mesma fonte considerou que os desafios implicam que se tenha em mente a necessidade de mudanças práticas na conservação da biodiversidade, maior envolvimento das ONG, assim como na materialização das políticas ambientais e dos ODS.
“Entre 2020 e 2023, o Programa das Pequenas Subvenções, em colaboração com seus parceiros, criaram espaços de participação e diálogo com propósito de promoverem uma abordagem alternativa de articulação entre governo e as ONG, promovendo boas práticas governativas e participação socioambiental”, disse David Matern.
Não obstante ainda persistirem, nos últimos anos, “algumas barreiras” no acesso ao financiamento, muitas ONG têm-se afirmado como organizações “fortes e práticas”, saindo da estratégia de execução de simples projectos para uma abordagem de gestão de programas ambientais e influenciação políticas, referiu David Matern.
O representante do PNUD sublinhou que o compromisso do programa com a conservação dos recursos naturais é “clara nos valores” da agenda 2030, fornecendo apoio financeiro e técnico a projectos que conservem e restaurem o ambiente e melhorem o bem-estar de famílias vulneráveis.
David Matern enalteceu e reconheceu o trabalho dos membros do Comité Nacional de Pilotagem e classificou de “importante” papel que os municípios e o Ministério da Agricultura e Ambiente têm desempenhado no processo de desenvolvimento local sustentável e no apoio que tem disponibilizado às organizações da sociedade civil.
“Regozijamos pelo facto de Cabo Verde, e neste caso específico os municípios dos Mosteiros, Santa Catarina e de São Filipe, juntamente com a Associação Projecto Vitó, terem assumido o desafio e o compromisso desde a primeira hora e de forma plena, de apoio à implementação da Reserva Mundial da Biosfera do Fogo”, declarou.
Matern apelou igualmente a todos no sentido de continuarem a conferir todo o suporte necessário às organizações da sociedade civil nos processos de construção de uma visão partilhada e plural sobre a conservação dos recursos naturais.
Reforçou a necessidade de se imprimir novas formas de gestão e de apoios às ONG, sobretudo dos espaços naturais protegidos, de modo a assegurar que o risco da persa ou colapso na exploração dos recursos não seja uma realidade sentida nos homens e mulheres de Cabo Verde.
Por sua vez, o presidente da câmara de São Filipe, Nuías Silva, disse que a ilha do Fogo e o município de São Filipe, particularmente, tem contado com financiamento através do Programa das Pequenas Subvenções, sendo a última o financiamento através da Associação Projecto Vitó para o projecto de apoio à implementação da Reserva da Biosfera.
“Fogo é Reserva da Biosfera e a mobilização de parcerias, vontades e de convergências para implementarmos a reserva e este selo que ostentamos possa vir a ser um factor mais, relativamente ao processo de desenvolvimento que almejamos”, disse Nuías Silva que é também presidente em exercício da Reserva da Biosfera.
Segundo o mesmo, a parceria e o financiamento do GEF SGP ao Projecto Vitó ajuda no arranque da implementação da reserva, destacando a edificação do letreiro “Fogo Reserva da Biosfera” junto do aeródromo de São Filipe e o monumento em execução na rotunda Xaguate em homenagem às tartarugas e à conservação da biodiversidade.
Além desses dois aspectos indicou que outras acções estão a decorrer nos municípios, assim como a implementação de outros instrumentos com a nova abordagem da educação ambiental apresentada pelo Projecto Vitó.
A Semana com Inforpress