Francisco Tavares falava à imprensa, esta manhã, à margem da sua apresentação sobre “integração da Estratégia Nacional EN-SIDS no segundo Programa Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS II), no âmbito do atelier de validação da Estratégia Nacional SIDS (EN-SIDS), que decorre na Cidade da Praia.
O consultor, que avançou que a EN-SIDS está integrado no segundo Programa Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS II), sublinhou que Cabo Verde pode liderar algumas áreas e partilhar soluções inovadoras com outros Estados do SIDS.
“Cabo Verde é um país conhecido pelo avanço em matéria de democracia, pode também exercer melhor liderança na fixação do índice de vulnerabilidade multidimensional sendo que somos um dos países mais vulneráveis do mundo e sabemos até agora lidar com as nossas vulnerabilidades, então temos lições do nosso percurso que podemos partilhar com outros SIDS”, apontou.
Por outro lado, acrescentou que o arquipélago pode também partilhar a sua experiência a nível da gestão da sua diáspora, em especial, em matéria de utilização dos recursos da cooperação para o desenvolvimento.
Segundo afirmou, Cabo Verde é o 11º país em termos de PIB per capita e o 13º no índice de desenvolvimento humano no âmbito do SIDS e, além de ter pontos comuns, dispõe ainda de vantagens que lhe permitem ter também alguma liderança.
Francisco Tavares avançou que o EN-SIDS será implementado através do programa diplomacia cabo-verdiana: o novo paradigma, da modernização do estado da Administração Pública e do programa nacional da ciência.
“No âmbito do programa governança e democracia, vamos alinhar todos os sectores de atividade em Cabo Verde com a nossa estratégia nacional de SIDS, transversalizar a estratégia nacional de SIDS nas políticas públicas e priorizar o que Cabo Verde pode fazer sendo que tem vantagens, sobretudo, nas áreas em que pode liderar”, referiu.
Por seu turno, a secretária do Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryam Vieira, que realçou a importância deste documento para o reforço e revitalização da parceria global para o desenvolvimento, garantiu que estão a promover a cooperação no âmbito do SIDS com o intuito de trazer mais resiliência aos SIDS e, em particular, a Cabo Verde.
Para a secretária de Estado, é necessário que Cabo Verde defina e implemente uma política de cooperação sistemática com outros SIDS, um quadro de cooperação de forma transversal e intersectorial suportada por arranjos institucionais funcionais envolvendo sectores relevantes e profissionais capacitados nos vários domínios da ciência e da tecnologia.
Entretanto considerou que a EN-SIDS irá dar respostas às necessidades do País, propor um quadro de referência para definição, implementação de cooperação global e diferenciado com os SIDS com vista a maximizar os seus contributos em domínios e sectores que constituem prioridade de desenvolvimento de Cabo Verde e identificar as áreas em que Cabo Verde partilhará a sua experiência.
“Na sua qualidade de SIDS, Cabo Verde não está sozinho. A ele se juntam mais de 57 países e territórios insulares dos quais cerca de 38 são Estados membros da Organização das Nações Unidas, partilhando idênticas vulnerabilidades, embora específicas, a sua própria realidade de cada SIDS”, apontou.
A estratégia nacional SIDS, tem como objectivo geral dotar o País de um quadro de cooperação global e diferenciada com Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS) com vista a maximizar os seus contributos em domínios e sectores que constituem prioridades de desenvolvimento de Cabo Verde.
A cerimónia de abertura contou com a presença do secretário de Estado das Finanças, Alcindo da Cruz Mota, da representante do Escritório Conjunto do PNUD, UNICEF e UNFPA e de outras instituições.
A Semana com Inforpress