Ulisses Correia e Silva fez esta declaração, em Dacar, onde se encontra a participar na Cimeira “IDA 20 para a África”, uma reunião de alto nível organizada pelo Senegal e o Grupo Banco Mundial.
“Cabo Verde apoia a declaração conjunta para um programa ambicioso que visa o desenvolvimento sustentável dos países africanos. O mundo tem sido exposto aos impactos das crises provocadas pelas mudanças climáticas, pela pandemia da Covid-19 e pela guerra na Ucrânia”, disse, realçando que em África esses impactos têm sido “graves e intensos” a nível económico, social e humanitário.
Por se tratar de situações excepcionais que exigem respostas de emergência e recursos muito elevados que a maior parte das economias africanas não suportam, o executivo cabo-verdiano defendeu a necessidade de uma “acção vigorosa” na gestão das emergências para evitar o colapso económico e social.
Na sua comunicação, Ulisses Correia e Silva lembrou que, apesar disso, não se pode perder o foco em transformações de médio e longo prazos, mudanças estruturais para aumentar a resiliência, aumentar o potencial de crescimento económico e reduzir a pobreza.
Sublinhou ainda a necessidade de se trabalhar nas reformas para reforçar a boa governança, melhorar o ambiente de negócios e a actratividade para o investimento do sector privado.
“Em Cabo Verde definimos como prioridades para o aumento da resiliência a aceleração da transição energética para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e a acção climática para atingir as metas da Contribuição Nacionalmente Determinada”, afirmou.
Cabo Verde, segundo disse, definiu ainda como prioridades para o aumento da resiliência a estratégia de água para agricultura, para reduzir a dependência das chuvas, a transformação digital para aumentar a eficiência do Estado e das empresas e a economia digital para posicionar-se como um hub digital.
Ulisses Correia e Silva apontou ainda o desenvolvimento da economia azul para aproveitar as
potencialidades do mar e o turismo com mais efeitos multiplicadores sobre as economias
locais, como prioridades para o aumento da resiliência.
“Estas prioridades exigem investimentos no capital humano, em infraestruturas e no fomento empresarial para o setor privado”, acrescentou, sustentando, por outro lado, que como SIDS, Cabo Verde gostaria de ver as especificidades dos pequenos estados insulares em desenvolvimento consideradas, particularmente, os graduados a rendimento médio.
Isso porque, sublinhou, são economias abertas, territorialmente fragmentadas, com pequena população e com elevada exposição a choques externos.
“Os indicadores de elegibilidade e as condições de financiamento devem levar em conta essas especificidades. Projectos regionais devem prever mecanismos de participação de países insulares”, concluiu. A Semana com Inforpress