“Nós queremos ter uma política externa que seja revitalizada (..) com uma maior eficácia, sobretudo da nossa atuação diplomática”, considerou, em conferência de imprensa, na Praia, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryan Vieira, para fazer o balanço da reunião do Conselho do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O Governo, disse, considerando a posição geográfica do país e os seus interesses, quer ter uma “diplomacia inteligente” e que esteja atenta à conjuntura internacional, marcada por vários desafios, que têm a ver, sobretudo com questões climáticas, geoestratégicas e de segurança.
“E Cabo Verde têm de ter um posicionamento inteligente (…) ter um papel mais ativo na cena internacional”, insistiu a governante, indicando que essa é uma das linhas da Estratégia Nacional da Política Externa, um dos pontos da agenda, que o executivo quer validar ainda este ano.
Para ter essa diplomacia “mais pragmática”, Miryan Vieira disse que o Ministério dos Negócios Estrangeiros terá de ter mais recursos materiais e humanos, nomeadamente diplomatas, apontando para mais do que os cerca de 80 que existem atualmente.
“Face à atual realidade, há necessidade de ter mais diplomatas, mais funcionários no Ministério dos Negócios Estrangeiros”, manifestou.
Com a primeira Estratégia Nacional de Política Externa, Cabo Verde quer ainda ter mais alianças e buscar parcerias para potenciar o desenvolvimento sustentável e ser um “parceiro útil e credível na cena internacional”, segundo a mesma fonte governamental.
O documento, prosseguiu, vai apostar também na mobilização de recursos, através da diplomacia económica, vocacionada para a promoção da economia azul, bem como a diplomacia cultural, de conferências, a desportiva, de investigação e de conhecimento.
“Será uma estratégia que irá ter linhas de atuação e que nós queremos introduzir, sobretudo para fomentar um maior pragmatismo e uma maior dinâmica na atuação da nossa política externa e, por conseguinte, procurar também ter uma melhor eficácia e impacto, sobretudo ao nível nacional e também a nível internacional”, vincou Vieira.
A estratégia pretende ainda dar atenção à diáspora cabo-verdiana, bem como estabelecer e aprofundar parcerias, tanto bilaterais como multilaterais.
Outro ponto da agenda da reunião foi a revisão do Estatuto da Carreira Diplomática, em que o Governo quer introduzir “algumas melhorias”, promovendo a cultura da meritocracia e a valorização das competências internas.
O Conselho é um órgão consultivo de natureza diplomática, técnica e administrativa, que assiste na gestão o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, que preside. A Semana com Lusa