Uma crise sísmica iniciou-se pelas 18:20 de segunda-feira (19:20 em Lisboa) ao largo da ilha Brava, “culminando pelas 21:00 (22:00 em Lisboa) no sismo mais forte registado em Cabo Verde nos últimos 15 anos”, com uma magnitude de 4,8 na escala de Richter, referiu o geofísico Bruno Faria citado pela Lusa.
Aquele responsável falava em conferência de imprensa no Mindelo, ilha de São Vicente, num primeiro balanço dos abalos registados em todas as estações sísmicas do arquipélago e que têm sido sentidos pelos residentes nas ilhas Brava e do Fogo.
Os epicentros estão localizados em mar alto, numa zona (Praia d’ Aguada) a grande profundidade da crosta terrestre ( mais de 500 metros do nível do mar), o que em termos geológicos “é uma boa notícia”, referiu Bruno Faria.
“Não há motivo nenhum para pânico”, até porque “observa-se que a atividade sísmica está a recrudescer” desde a tarde desta quarta-feira, frisou, remetendo para depois de análises mais profundas as explicações científicas sobre a origem dos abalos.
“Temos de esperar”, sublinhou, enquadrando a crise sísmica no pulsar geológico natural do planeta, face ao qual a população deve estar informada, mas sem sobressaltos, recordando que a atividade sísmica faz parte da vida nas ilhas do sul do arquipélago.
Segundo a mesma fonte, os abalos provocaram prejuízos na ilha Brava, em habitações, com queda de telhados e outras estruturas, que provocaram um ferido, além de abertura de fissuras.
A situação levou famílias a optar por dormir na rua, mas, durante o dia, o ambiente voltou a ser de normalidade, segundo informações recolhidas pela Lusa.
Desta vez "a Brava tremeu mais forte", disse António Lopes Marcelino, dirigente da proteção civil municipal na ilha com cerca de 5.500 habitantes.
Paulo Rocha, ministro da Administração Interna, anunciou a deslocação de uma equipa do Serviço Nacional de Proteção Civil, para se juntar aos trabalhos das autoridades locais.
Cerca de 30 quilómetros a este da ilha Brava está o vulcão da ilha do Fogo, que entrou em erupção, pela última vez, em 2014, refere a Lusa.