De acordo com o balanço económico e social da execução do Orçamento do Estado de janeiro a março, a produção de eletricidade a partir de barragens representou, naquele período, 84,5% do total, um crescimento homólogo de 3,5%, essencialmente garantida pela HCB, com um peso total de 82%.
“A HCB registou um crescimento da produção em cerca de 3,1% em comparação a igual período de 2022. Contudo, nos próximos meses, espera a redução na geração, decorrente da necessidade de intervenção projetada no canal de restituição, que é partilhado pelos grupos geradores 1, 2 e 3, atividade fundamental para garantir a exploração destes grupos geradores em segurança, para além de estar inserida no âmbito do projeto ReadSul II que visa a reabilitação e modernização dos equipamentos para maximização da capacidade instalada”, lê-se no relatório.
É sublinhado que as centrais hídricas da estatal Eletricidade de Moçambique (EDM) registaram um crescimento de 28,9% comparativamente ao igual período de 2022, “influenciado pelo aumento substancial na produção da central hídrica de Corumana em decorrência da reabilitação da barragem de Moamba-Major, que incrementou a disponibilidade de água à barragem de Corumana, aumentando a geração de energia elétrica”.
Com um peso total de 15,1%, a produção de eletricidade a partir de fontes térmicas, e a solar aumentou 30,7%, mas com um peso de apenas 0,4% na estrutura total.
A segunda maior produtora de eletricidade em Moçambique no primeiro trimestre foi a Central Térmica de Ressano Gárcia, uma empresa conjunta entre a Azura Power e a EDM, que opera uma unidade a gás natural com capacidade instalada de 175 MegaWatts e que de janeiro a março garantiu 5,5% de toda a produção elétrica no país.
A Hidroelétrica de Cahora Bassa, maior produtora de eletricidade do país, é maioritariamente detida pelo Estado moçambicano e tem sido classificada como a empresa pública moçambicana com melhor saúde financeira – a única de ‘categoria 1’, ou seja, com “muito baixo risco” de falhar compromissos, segundo uma análise do Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental moçambicana, de outubro de 2022.
Segundo as demonstrações financeiras, a HCB entregou ao Estado cerca de 239 milhões de meticais (3,4 milhões de euros) de taxa de concessão em 2022.
A Semana com Lusa