Nuías Silva deu esta informação durante um encontro com os 33 estudantes contemplados com vagas e bolsas de estudos no quadro da cooperação com instituições de ensino em Portugal.
A ideia, explicou o autarca, é reter os jovens na ilha, criando alternativa para o futuro, adiantando que neste momento a edilidade envia jovens para formação porque não dispõe de alternativa.
Segundo disse, o seu município está a trabalhar com as escolas profissionais de Portugal com as quais tem acordo de cooperação, sobretudo com uma escola de Ourém, município geminado com São Filipe, na montagem de um sistema de ensino superior que ainda não existe em Cabo Verde e que passa pelo projecto da criação da Escola Tecnológica Profissional de São Filipe.
Nuías Silva avançou que o projecto está sendo submetido à cooperação internacional para financiamento e a uma escola de Ourém e espera que dentro de três anos o projecto possa estar concluído com a criação da referida escola que permitirá aos jovens fazer a formação profissional a nível local.
Com relação aos estudantes seleccionados, Nuías Silva espera que sejam alunos de sucesso e tenham muita dedicação e empenho, lembrando que sobre o comportamento e o resultado de cada um dependerá muito a imagem que outras pessoas vão criar em relação a São Filipe, Fogo e Cabo Verde.
Este ano, para evitar atrasos na obtenção de vistos e consequente deslocação, a câmara está a trabalhar directamente com a Embaixada e o Consulado de Portugal, porque, explicou, no ano passado registou alguma demora daí a criação de um canal especial para entrega de documentos e agendamento de vistos para que o processo possa ser mais rápido.
A este propósito, Nuías Silva observou que alguns estudantes estão na cidade da Praia no processo de obtenção de visto e outros inclusive já chegaram a Portugal.
“A edilidade de São Filipe investe muito no capital humano. Só em transportes escolares investimos cerca de 26 mil contos/ano. Com atribuição de subsídios aos alunos do ensino superior investimos mais 18 mil contos/ano”, disse Nuías Silva.
A estes valores acresce as despesas com os jardins infantis e, neste particular, disse que nos infantários sob a responsabilidade da edilidade localizados no interior do município ninguém paga propina e as crianças beneficiam de refeição quente e as monitoras são pagas pela câmara.
Já nos jardins infantis localizados na cidade de São Filipe os pais e encarregados de educação que tenham algumas condições contribuem com alguma coisa, referiu o autarca, sublinhando que a edilidade está a trabalhar com programa para modernizar os jardins infantis através da criação de parques infantis nas proximidades dos infantários para servir as crianças e as comunidades.
No dizer do edil sanfilipense, só no sector da educação a câmara investe mais de 50 mil contos sem contar com os investimentos feitos através da cooperação bilateral com envio de estudantes para Portugal.
“O valor é pouco e devemos mobilizar mais recursos para investir na educação porque o futuro está na educação. A formação muda a estrutura da pobreza da família. A melhor forma de combater a pobreza é investir na educação”, afirmou o edil Nuías Silva, indicando que com a chegada do ensino superior à ilha do Fogo neste presente ano lectivo haverá necessidade de investir mais recursos financeiros com atribuição de bolsas de estudos.
A vereadora pela área de Educação, Formação Profissional e Ensino Superior Eva Spínola exortou os estudantes contemplados a se dedicarem e aproveitar o máximo a oportunidade para que possam regressar e contribuir para o desenvolvimento do município.
Os alunos que vão para Ourém, segundo a mesma, serão posteriormente enquadrados no projecto da criação de escola de formação profissional.
Esta sexta-feira, a edilidade inicia o processo de distribuição de kits escolares aos alunos de famílias com menos recursos financeiros, do Ensino Básico Obrigatório (EBO) e Ensino Secundário (ES) de todas as localidades do município.
A Semana com Inforpress