António Duarte, que falava aos jornalistas após receber o ceptro de campeão do Carnaval 2023, disse que a expectativa era de vitória, porque desde a altura da apresentação do enredo o objectivo era vencer, além de elevar o Carnaval mindelense.

“Neste momento, trabalhamos o colectivo mas entendemos que o empenho e o desempenho individual contribuíram para um todo. Era a nossa expectativa ganhar mais prémios individuais nomeadamente o casal mestre sala e porta bandeira”, adiantou António Duarte, que referiu que o Carnaval também foi um momento de reafirmação dos seus artistas, salientando que Monte Sossego fez o desfile graças à quantidade enorme de ateliês locais.

“Produziram fantasias fantásticas, belíssimas. Não foi preciso importarmos absolutamente nada de fantasias porque temos capacidade artística mais do que suficiente para conseguir mostrar a estética e a plástica daquilo que apresentamos ontem no Carnaval mindelense”, ajuntou.

Sobre o prémio de melhor carro alegórico, cujo nome não foi anunciado, António Duarte disse acreditar que foi para o “Xadrez da Justiça” que, nas suas palavras, apresenta uma estética “totalmente diferenciada e inovadora”

“Acho que foi “Xadrez da Justiça” que era a segunda alegoria. Foi a maior ousadia da nossa parte, porque trouxemos a maior alegoria de todos os tempos para o Carnaval de São Vicente. Foi um articulado, feito em dois carros acoplados, porque entendemos que aquilo que queremos para o Carnaval é monumentalidade. Precisamos de carros que consigam impactar o Carnaval, não de miniaturas ou de carros sem alguma expressão estética”, precisou.

Acrescentou que o grupo aproveitou a estreia do desfile à noite para “trazer outras inovações” como iluminação indirecta que produziu um clarão em baixo, lonas acrílicas e movimentação do martelo do juiz “criou um impacto naquilo que é apreciação das pessoas”.

Questionado se o prémio de 600 contos para o campeão reflecte o esforço do grupo, tendo em conta que o orçamento para desenvolver o samba-enredo era 12 mil contos, o presidente do “Monte Sossego” afirmou que apesar de um ligeiro aumento no valor, o prémio “não é satisfatório”.

Isto porque, elucidou, “qualquer grupo que queira disputar o Carnaval não consegue fazer um investimento de menos de nove ou dez mil contos”, porque “tem que marcar a diferença”.

“Já há uma proposta para o aumento da premiação e, em relação ao Carnaval 2020 já houve uma evolução de 100 mil escudos, mas não é satisfatório. Acho que o nível que o Carnaval chegou os grupos precisam ser compensados com valores minimamente compatíveis com o seu orçamento”, argumentou.

O campeão do Carnaval de São Vicente recebeu um cheque de 600 contos e mais 100 contos pelo melhor carro alegórico, o Cruzeiros do Norte que ficou em segundo lugar, levou 500 contos, o Flores do Mindelo, terceiro classificado, 400 contos, e Estrela do Mar, último lugar, 300 contos.

A Semana com Inforpress