Segundo a fonte referida, o modelo Camilla Fabri, que começava a destacar-se por "breves aparições na televisão", foi manchete em novembro de 2019 quando a justiça italiana lhe congelou os bens, por suspeitas de lavagem de dinheiro.
A investigação fiscal apurara que os movimentos da "multimilionária conta bancária" da jovem nascida em Roma eram, desde 2018, incompatíveis com o seu salário declarado (de menos de dois mil euros) como vendedora numa boutique em Milão capital da moda.
O dinheiro rastreado provinha do Reino Unido, através de transferências da Kinlock Investment, empresa dirigida pelo namorado da irmã de Camilla. Lorenzo Antonelli, segundo apurou o fisco italiano, detinha ações em várias empresas britânicas e uma sediada no Dubai.
Segundo o Il Tempo de Italia, as autoridades italianas confiscaram a Camilla Fabri um apartamento em Roma, comprado em 2018 e avaliado em cerca de 5 milhões de euros, bem como obras de arte e uma conta com 1,8 milhão de euros.
Moscovo após Caracas
Os processos pendentes em Itália, desde esse infausto novembro de 2019, levaram Camilla — casada em 2014, aos 20 anos, com Alex Saab (23 anos mais velho) — a desaparecer das luzes da ribalta.
A detenção de Saab durante a escala no Sal, em junho do ano passado, todavia reavivou o interesse pelos (alegados) testas de ferro. Soube-se então que Camilla e "os familiares" (foto) estavam em Moscovo.
O seu percurso de fuga começara em Roma, passara pela Venezuela onde permaneceram em Caracas até fevereiro de 2020 e terminou na capital da Rússia.
Testas de ferro em dez empresas
Segundo sites de investigação e órgãos de imprensa — tais como Il Tempo de Italia, o colombiano El Tiempo, outros dos Estados Unidos em Miami —, dez empresas associam Saab, atual esposa e concunhado, como diretor.
São, além das acima referidas, a Adon Trading FZE, o conglomerado de empresas Asasi Food FZC, Marilyns Proje Yatirim e Glemore Proje Insaat.
O caso Saab, nota o Washington Post, tem vindo a ocupar espaço na "imprensa africana e sul-americana", ao contrário do que acontece na imprensa mainstream dos países desenvolvidos.
Ilha do Sal: Em prisão ou Resort?
"É numa das ilhas, a mais remota e turística de todas, com mais hotéis e quilómetros de praias, que Alex Nain Saab Morán — procurado pela justiça de vários países, e protegido pelo governo da Venezuela — está confinado. Mas não está na prisão, está sim num resort", como qualquer turista, segundo referia há dias (28 de junho) o online colombiano Armando.info.
O mesmo órgão de imprensa que se destacou há três anos, em 2018, por uma reportagem conjunta com o espanhol El País sobre uma "estrutura empresarial que Alex Saab fez registar na Turquia", no âmbito dos planos de exportação do carvão venezuelano.
Destaca-se também o alemão Deutsche Welle (26.jan.021), sobre o caso Saab como interminável "novela", na classificação que o diário atribui ao primeiro-ministro deste país-arquipélago.
O online alemão entrevistou um analista jurídico cabo-verdiano e este desmonta os artifícios "irrasuáveis" [irrazoáveis] — tais "como passaporte diplomático e agora o estatuto de vice-embaixador junto da UA". "Truque[s]" que o governo colombiano usa para proteger Saab detido à espera de ser extraditado para os EUA.
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Fontes: Referidas. Fotos: Alegados testas de ferro em Itália: a esposa de Alex Saab, com a irmã e o cunhado. Sal na perspetiva dum site colombiano.