OPINIÃO

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Caso Centro Comum de visto: Protestos sobre a famosa entrevista de pedido de visto 02 Abril 2023

Agora pergunto: como é possível que escancaremos as portas do nosso querido arquipélago a todo e qualquer europeu que chegue e os cabo-verdianos têm de sofrer humilhação, desrespeito e exploração, sim porque cada cidadão paga 60€ para um pedido de visto e se o pedido for recusado não recebe o dinheiro de volta e ainda tem de pagar mais 80€ para recorrer. Mas uma vez correndo o risco de perder tudo, caso o visto não lhe for atribuído. Tudo isso para não perdermos o nosso título de “país de morabeza”?

Por:Ruth Delgado

Caso Centro Comum de visto: Protestos sobre a famosa entrevista de pedido de visto

Vamos falar de um assunto que tem vindo a incomodar os cabo-verdianos e os são-vicentinos em particular, há alguns meses. Trata-se da famosa entrevista para solicitação de pedido de visto no Centro Comum de Visto (CCV).

São vários os protestos, que tenho acompanhado nas redes sociais e em outros meios de comunicação, de pessoas que passam dias e dias, horas e horas à espera da “equipa” oriunda da cidade da Praia para realizar as entrevistas de pedido de visto.

Eis alguns questionamentos sobre o assunto: Será que São Vicente não tem pessoas qualificadas e competentes para fazer este trabalho? Será que não seria mais proveitoso, cómodo e muito menos humilhante se o governo negociasse com o Centro Comum de Visto para abrir uma agência em Mindelo, que pode abranger algumas ilhas do Barlavento? Por que os agendamentos são feitos aos fins-de-semana ou a noite, não respeitando o dito “horário normal de expediente”? Essa moda de fazer tudo online é muito bonita, mas será que todo aquele que pretende e precisa fazer o agendamento reúne todas as condições para fazê-lo online?

Na minha humilde opinião os agendamentos deveriam ser feitos de acordo com o horário administrativo do país e os mesmos deveriam ser ilimitados e permanentes.

Outro constrangimento desse processo é a solicitação de documentos ao país de acolhimento, pois muitas vezes esses documentos perdem o seu prazo de validade com toda a morosidade do processo, sem falar que para ter um visto de férias ou de curta duração, a data das férias na entidade patronal tem de coincidir com a data da entrega dos documentos solicitados pelo CCV.

Agora pergunto: como é possível que escancaremos as portas do nosso querido arquipélago a todo e qualquer europeu que chegue e os cabo-verdianos têm de sofrer humilhação, desrespeito e exploração, sim porque cada cidadão paga 60€ para um pedido de visto e se o pedido for recusado não recebe o dinheiro de volta e ainda tem de pagar mais 80€ para recorrer. Mas uma vez correndo o risco de perder tudo, caso o visto não lhe for atribuído. Tudo isso para não perdermos o nosso título de “país de morabeza”?

Adquirir um visto para ir procurar melhores condições de vida ou simplesmente para realizar o sonho de conhecer outro país, está a tornar-se um suplício nessa terra.

É minha gente, o governo quer acabar até com aquilo que os cabo-verdianos têm de melhor. A capacidade de sonhar!

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